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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Tratamento de água: uma solução para o desperdício.



Apesar de ser cada vez maior o número de campanhas de conscientização, uma pesquisa feita pelo Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) para o “Programa Água Viva”, parceria entre o WWF-Brasil e o HSBC, que ouviu 2002 pessoas em 26 estados do país, mostrou que 48% da população brasileira afirma consumir água com baixa preocupação.

Os dados divulgados este ano também mostram que 30% demoram mais de 10 minutos no banho e 29% dos domicílios do Nordeste enfrentam constante falta de água. Nos últimos anos, o que se tem discutido é a possibilidade de contermos os gastos desnecessários e, ainda, garantirmos uma vida de qualidade.

Para isso, governos de diversas regiões do Brasil e empresas privadas estão investindo constantemente no uso de sistemas que promovem o tratamento da água e de seus efluentes. Hoje, já existem no mercado soluções capazes de atender às necessidades especificas de diferentes indústrias, como a das fabricantes de bebidas, por exemplo, cujo mercado já conta com o apoio de tecnologias que garantem a eficiência do produto final e o melhor aproveitamento dos recursos hídricos durante os processos realizados na planta.

Atenção com os nossos hábitos

Quando falamos em tratamento, não podemos deixar de pensar no saneamento. É preciso levar em consideração as condições da água oferecida à população, pois o que provém de mananciais, fontes subterrâneas ou superficiais, não atende às normas de controle estabelecidas por órgãos como a Secretaria de Vigilância em Saúde, subordinada ao Ministério da Saúde, e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O descarte inadequado de resíduos industriais e a falta de tratamento do esgoto doméstico interferem diretamente na qualidade da água dos rios, lagos, represas e lençóis freáticos. Em outras palavras, estamos olhando para um fenômeno sistêmico, em que os efeitos gerados por atos isolados, de indivíduos e organizações, acabam se somando para gerar danos que, muitas vezes, podem ser irreversíveis.

Após uma série de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, foi criado um sistema capaz de gerar dióxido de cloro, grande aliado quando se pensa na obtenção de água potável. Patenteada localmente, a tecnologia é 100% nacional e oferece uma série de benefícios, como praticidade na hora da manutenção e custo acessível.

O dióxido de cloro pode operar em diferentes faixas de PH (entre 3 e 10) e, ainda, reage rapidamente com os microorganismos. O desperdício doméstico também é um grande obstáculo a ser vencido, pois um banho de 10 minutos, por exemplo, gasta em média 100 litros de água. Isso equivale, aproximadamente, à quantidade que um adulto deve ingerir num período de 50 dias.

O mesmo levantamento feito pelo Ibope apontou que 68% das pessoas enxergam a questão como a principal causa para o problema de abastecimento no futuro. Ou seja, muitos se preocupam com o tema, mas poucos colocam em prática novos hábitos, como fechar a torneira enquanto escovam os dentes ou evitar lavar calçadas com mangueiras.

Para alcançarmos resultados cada vez melhores, além do desenvolvimento tecnológico, o trabalho de conscientização deve ser intensificado. Para se ter uma ideia da lacuna que deve ser preenchida, foi constatado que 87% dos entrevistados não conhecem a Agência Nacional de Águas (ANA), órgão regulador criado pelo governo federal em 2000. Sociedade civil, iniciativa privada e governo devem se unir, deixando claro o papel de cada um na busca por uma vida de qualidade e harmonia com o mundo natural.

Jefferson Texeira é gerente Comercial da Beraca, empresa brasileira que mais investe em tecnologias sustentáveis para o tratamento de água.

Fonte: O Debate.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Universalização da água: mais de R$ 12 milhões em água tratada.


São R$ 12.948.265,24 de investimentos que irão possibilitar água tratada em mais de 30 bairros, com uma rede de distribuição de 125.502 mil metros que possibilitará a realização de 3.781 ligações, beneficiando diretamente aproximadamente 20 mil pessoas, com a perfuração de cinco poços profundos.

De acordo com o diretor do Sistema Autônomo de Água e Esgoto (SAAES), Juventino Silva, “Esse é um dia muito importante para a área de saneamento, que demonstra a união de esforços e a vontade política do prefeito Juarez Costa de proporcionar qualidade de vida a todos”. Para o presidente do Residencial Brasília, Fúlvio Destefani, “A obra é de fundamental importância para os moradores do bairro”.

O prefeito Juarez Costa pontuou o crescimento de Sinop e a necessidade de ampliação do sistema. “São 11 reservatórios que serão construídos. Juntamente com a obra do esgoto, são mais de R$ 66 milhões de investimentos em saneamento básico e água tratada. No Residencial Brasília em especifico vamos ter um grande crescimento também. Estamos trabalhando para asfaltar toda a avenida Maringá, já está sendo lançada a segunda etapa da Cidade Jardim e em frente será o Jardim Iporã, então estamos diante de um conglomerado em crescimento”, destacou.

O projeto de universalização da água prevê a construção de três reservatórios de dois milhões de litros de água, sendo um na área central e os outros dois na abrangência dos sistemas Florença e da área da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); cinco de um milhão de litros nos bairros Boa Esperança,Camping Club, Umuarama 2, Sistema Santa Carmem e Sistema Aeroporto. Também serão construídos dois reservatórios de 300 mil litros no Alto da Glória e no Residencial Gente Feliz, já o Jardim América receberá um reservatório de 200 mil litros.

Serão atendidos com os bairros: Alto da Glória, Jardim América, Chácaras São Cristóvão, Comunidade Vitória, Setor Industrial, Residenciais São Francisco, Flamboyans, Bom Jardim, Brasília, Gente Feliz, Florais da Amazônia, Betel, Campo Verde, Camping Club, Palmeiras, Umuarama 2, Jacarandás, Florença, Aquarela Brasil, Mondrian, Itália I e II, Nações, Nossa Senhora Aparecida, Maringá I e II, Paraíso I, II e III, Bella Suíça, a área central e os bairros do grande Boa Esperança. De acordo com o projeto, o prazo de execução das obras é de 12 meses.

Fonte: Expresso MT.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Água fica cada vez mais cara.


Apesar de possuir as maiores reservas naturais do mundo, o país enfrenta o encarecimento da distribuição desse recurso essencial à população. Sem os impostos, produto engarrafado tem custo de produção menor.

A poluição, o crescimento urbano desordenado e as mudanças climáticas estão tornando a água doce do Brasil - recurso do qual o país é líder mundial - a protagonista de uma crescente contradição econômica. Especialistas, empresários e agentes de governo já temem o cenário de um apagão hídrico nas principais regiões metropolitanas até o fim desta década. Além do constrangimento na oferta, as projeções também mostram uma curiosa perspectiva, que está tornando a produção da água bombeada para torneiras até 60% mais cara do que a das garrafas PET de água mineral. O produto engarrafado só chega mais caro ao consumidor porque suporta uma alta carga de impostos, já que o sistema tributário classifica a água mineral como minério e não como item básico de consumo.

Um dos temas na agenda da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - a Rio%2b20 -, que será aberta na próxima semana no Rio de Janeiro, o encarecimento da água potável pressiona hoje o Estado a agilizar investimentos em infraestrutura de saneamento básico e estimula empresas a implementar programas de gestão racional do uso de recursos hídricos. Segundo Sérgio Ayrimoraes, coordenador de pesquisas da Agência Nacional de Águas (ANA), a diferença de valor entre águas pública e privada decorre de diferentes fatores, sobretudo eventos climáticos extremos (cheias ou estiagem) e a dificuldade cada vez maior em se tratar água de rios, lagos e outras fontes.

A aparente contradição no fato de o Brasil ter a maior oferta mundial de água doce e figurar só em oitavo lugar entre os mercados consumidores de água mineral deve-se, por sua vez, ao regime tributário sobre o setor. A Constituição de 1988 deu nova denominação à água, de bem natural para mineral não metálico, levando a carga de impostos a sair da média mundial ainda vigente, de 6,8% sobre o valor cobrado do consumidor, para chegar aos atuais 44,5%. Quase metade do valor pago pelos engarrafados em diferentes formatos vem de tributos federais e estaduais (ICMS), além dos royalties.

Essa disparada foi também motivada, em 1992, pela mudança da classificação fiscal da água, de alimento, ao lado de sucos e leites, para bebida, no grupo de refrigerantes e cervejas. 'Essa alteração do Ministério da Fazenda levou o setor a recolher até o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), apesar de explorar recurso 100% natural. Na Europa, todos os impostos incidentes na água mineral somam 6% e há países como o México onde ela é totalmente isenta', comenta Carlos Alberto Lancia, geólogo e presidente da Associação Brasileira de Indústria de Águas Minerais (Abinam).

Qualidade
A entidade pressiona parlamentares no Congresso para aprovar projeto de lei que zera a tributação sobre garrafões de 20 litros, sob o argumento de favorecer alternativa de abastecimento em núcleos urbanos sem acesso à água tratada ou onde serviços públicos são precários. Lancia ressalta que a saúde pública e a economia popular seriam beneficiadas com o estímulo do consumo via isenção tributária. 'A rigorosa exigência legal de qualidade para as fontes minerais não se aplica à água de torneira', resume.

Enquanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tolera a presença de bactérias em 5% das amostras das companhias de abastecimento para indicá-las como seguras ao consumo humano, as águas minerais têm de apresentar total ausência de micro-organismos. Relatório de qualidade da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) reforça a tese ao apontar que seis dos seus 11 sistemas de fornecimento ficaram em março abaixo do parâmetro mínimo de confiança de 95%.

Outro ponto a favor dos garrafões seria o índice virtualmente zero de perdas na produção, ao contrário dos vazamentos e roubos das redes de saneamento no país, que levam ao desperdício médio de 37% da água tratada, além de elevar riscos de contaminação. 'Enquanto o reuso de um garrafão de água mineral gasta dois litros na lavagem, a produção de um litro de refrigerante pode empregar até 30 litros de água comum', acrescenta.

A oferta nacional de água engarrafada vai muito além da simples e essencial hidratação, incluindo minerais que ajudam a digestão e fortalecem o organismo. Tais características têm chamado a atenção do setor, que na prática vende serviços e não produtos. É por essa razão que um garrafão de 20 litros, mesmo com impostos, custa em média R$ 7 na porta do consumidor. Na origem, seu custo é de
R$ 1, o que dá R$ 0,05 por litro.

Descontados impostos, o equivalente a um galão de 19 litros de água tratada nas grandes metrópoles tende a ficar mais caro que o mineral, se considerar todos os serviços envolvidos, chegando a R$ 11,20, ou R$ 0,55 o litro. Em 2050, essa diferença pode bater em 300%. Enquanto o garrafão é economicamente sustentável, a água de torneira não é, por envolver longa cadeia de produção, com represas, energia e produtos químicos.

Tratamento
Considerando a média de consumo diário de 150 litros por pessoa, para todos os usos, o sistema gasta mensalmente pelo menos R$ 9 por habitante para levar os 4,5 mil litros de água usados individualmente. Se considerar perdas e investimentos em novas ligações, o valor pode subir para o dobro. 'Precisaríamos investir R$ 22 bilhões apenas para proteger bacias e nascentes', comenta o presidente executivo do Instituto Trata Brasil , Édison Carlos.

Ele alerta para deficit hídrico nas capitais do Rio de Janeiro e de São Paulo em 2016, considerando que a partir de 2014 não haverá local disponível para captar água potável nas cidades, que já importam água de outras bacias e sistemas, distantes a mais de 100 quilômetros. A Grande São Paulo já consome quatro vezes mais água do que produz. Busca água do extremo sul do estado, com custo alto de energia elétrica para bombear. 'Racionamentos viraram rotina', lembra ele.

Ademar Romeiro, professor da Universidade de Campinas (Unicamp), ressalta a existência de custos indiretos no consumo de água fornecida pelo serviço de abastecimento, ao se considerar seus efeitos nocivos à saúde da população. Ele duvida que a água mineral venha a ficar mais barata que a da torneira. Contudo, em lugares como a capital paulista, a qualidade dos volumes captados na principal fonte (a Represa de Guarapiranga) é ruim, apesar dos enormes gastos com tratamento.

Segundo o especialista em recursos hídricos, isso ocorre, em primeiro lugar, em razão dos próprios produtos químicos usados e, depois, porque nem sempre se atinge a dose certa de agentes para evitar a proliferação de algas tóxicas, que passam facilmente pelos sistemas de filtros, podendo até matar pessoas debilitadas. 'Se despesas com tratamento de saúde decorrentes dos malefícios da água de rede pública fossem contabilizadas, seu preço se tornaria provavelmente superior ao da água mineral', ressalta.

Pouco mais da metade da população não está ligada a qualquer rede de esgoto e só um terço dos esgotos é tratado. Apesar disso, o consumo de desinfetantes usados pelas companhias de saneamento vem subindo a taxas anuais de 2% a 4,5%, chegando em 2011 a 43 milhões de toneladas só de cloro.

» Aquífero estratégico
O Brasil é o principal sócio da maior reserva subterrânea de água doce do mundo, dividida com Argentina, Paraguai e Uruguai. O estoque do Aquífero Guarani tem volume suficiente para abastecer 2,8 bilhões de habitantes regularmente, dentro dos padrões recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas a Agência Nacional de Águas (ANA) vem identificando diversos focos de contaminação e desperdício. A maior preocupação está no uso em algumas cidades e para agricultura.

Fonte: Trata Brasil.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Mundo vive “estresse hídrico” e nem as grandes economias escapam, alerta estudo.

A equação é de assustar. Embora repleto de rios, mares e oceanos, o planeta Terra tem apenas 3% de água doce disponível para o consumo de cerca de 7 bilhões de pessoas. Abundante em alguns países, escasso em outros, esse recurso natural essencial para a sobrevivência humana é usado intensamente pela agricultura, indústria e em atividades domésticas – só que de forma cada vez mais insustentável.
É o que alerta um novo relatório da consultoria britânica de risco Maplecroft, que avaliou a pressão sobre a demanda de água em mais de 160 países. O resultado precoupa. Economias em crescimento como China e Índia, e até mesmo a maior do mundo, Estados Unidos, são identificadas pela empresa de análise tendo grandes regiões geográficas e setores da economia onde a demanda de água está superando a oferta.
Segundo a Maplecroft, a situação tem o potencial de limitar o crescimento econômico, restringindo atividades empresariais e agrícolas. E à medida que aumenta a insegurança hídrica, cresce também o medo em relação à capacidade de produzir alimentos suficientes para alimentar o mundo.


China
Atenta à questão, a China está tomando medidas importantes para minimizar os riscos de escassez de água em suas províncias através de um ambicioso projeto de desvio destinado a bombear água do rio Yangtze para Pequim através de uma série de canais, que garantem o abastecimento de um quarto da água da cidade até 2014. No entanto, devido à espiral crescente de custos – até agora já foram gastos US$ 22 bilhões - e incertezas sobre os efeitos futuros da mudança climática sobre o abastecimento de água no sul do país, veem surgindo dúvidas sobre a sustentabilidade da empreitada no longo prazo.

Índia
A Índia, por sua vez, extrai mais água subterrânea do que qualquer outro país do mundo. Na média global, 56% dessa água é usada na agricultura. Acontece que na Índia essa parcela vai a 90%, devido às condições climáticas da região. Como um dos maiores produtores de arroz, trigo, batata e cana-de-açúcar em todo o mundo, o uso continuado insustentável de fornecimento de água subterrânea tem o potencial de reduzir as colheitas agrícolas, com implicações desastrosas para os preços globais dos alimentos.

"O bombeamento de águas subterrâneas é uma opção politicamente atraente para aliviar questões de curto prazo de estresse hídrico, mas tem graves consequências a longo prazo", afirma Charlie Beldon, analista da Maplecroft. "As fontes podem secar ou água salgada pode acabar sendo ‘arrastada’ para a oferta, tornando o recurso inútil para o consumo comercial, doméstico e agrícola".

Estados Unidos
Embora os EUA sejam classificados pela Maplecroft como "risco médio", grandes áreas do país já estão sofrendo com o esgotamento das reservas de água do solo, incluindo estados como Arizona, Califórnia, Kansas, Nebraska, Novo México e Texas. De acordo com o estudo, o Aquífero Ogallala, que se estende pelas regiões altas de planícies dos EUA, é responsável por 30% do fornecimento de água para irrigação total no país.
No entanto, a fonte está se esgotando rápido. Ao menos 15% da produção de milho e trigo nacional, bem como 25% das culturas de algodão, dependem dele. Os efeitos sobre a produção agrícola dos Estados Unidos precoupam, já que póderiam causar uma inflação significativa nos mercados globais de commodities. “Os efeitos do estresse hídrico sobre a inflação mundial de alimentos são ilustrados pelos recentes aumentos dos preços para a soja”, diz o estudo.

Onde a corda arrebenta
Há um dito popular que diz que "a corda sempre arrebenta do lado mais fraco...". Essa frase reflete bem a situação atual de “estresse hídrico” do mundo. A falta de acesso à água potável vem pesando sobre os países mais pobres ou marcados por histórico de conflitos militares, instabilidades políticas e sociais. Segundo o levantamento da Maplecroft, os países do Oriente Médio e África são os mais vulneráveis à falta de água. Nessas regiões, cada gota pode emergir como uma nova fonte de instabilidade.

Em alguns dos maiores produtores de petróleo do mundo, como Kwait e Arábia Saudita, a escassez de água vem se tornando crítica há gerações. Primeiro colocado na lista de 10 países em “risco extremo”, Bahrein, no Golfo Pérsico, usa águas subterrâneas para a prática da horticultura, porém, em quantidade insuficiente para atender toda a população. A deterioração dos lençóis subterrâneos de água já é uma das principais preocupações nacionais.

Fonte: Exame.com

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Seca histórica gera guerra por água no sertão do Nordeste.

Considerada a pior dos últimos 50 anos em alguns estados do Nordeste, a seca está provocando um confronto que só se imaginaria no futuro: a guerra pela água. Em Pernambuco, essa luta já começou com tiros, morte e exploração da miséria. Protestos desesperados são registrados não só lá, mas em várias regiões do semiárido, onde a estiagem já se alastra por 1.100 municípios. A população pede providências imediatas dos governos para amenizar os efeitos devastadores. A situação só não é pior já que as famílias contam com os programas sociais, como o Bolsa Família. Como observam agricultores, a preocupação no momento é maior com os animais, que estão morrendo de sede e fome, do que com as pessoas.

Na beira das estradas que conduzem ao sertão, o verde não mais existe. Ao longo das BRs 232 e 110, em Pernambuco, carroças puxadas a jumentos magros tomam conta das margens em busca de água. Nos 100 quilômetros de extensão da PE 360, que liga os municípios sertanejos de Ibimirim e Floresta, há 28 pontilhões sob os quais os córregos corriam fortes. Hoje, estão todos secos. Até mesmo o leito do Riacho do Navio — que ganhou fama na voz do cantor Luiz Gonzaga — esturricou. Na última quinta-feira, bois magros tentavam em vão matar a sede e tudo que encontravam era uma poça de lama escura naquele conhecido afluente do rio Pajeú.

Em Pernambuco, 66 municípios do sertão e do agreste estão em estado de emergência reconhecido. O quadro tende a se agravar já que a temporada de chuva está encerrada e os conflitos aumentam. Em Bodocó, no início do mês, o agricultor João Batista Cardoso foi cobrar abastecimento regular na sede local da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e acabou morto. João Batista se desentendeu com o chefe do escritório da estatal, José Laércio Menezes Angelim, que disparou o tiro e hoje está foragido.

“Pipeiros” distribuem água em troca de votos


Outra face cruel para as vítimas da seca é a exploração: se no passado eram os coronéis que manipulavam currais eleitorais distribuindo água, hoje as denúncias recaem sobre ‘pipeiros’, geralmente candidatos a vereador e seus cabos eleitorais, donos dos caminhões de água. A situação está tão grave que o governo decidiu rastrear todos os carros-pipa que circulam na caatinga. A Compesa começou a fazer operações para conter também o furto da água. Prevista para durar três meses, as ações contam até com helicóptero.

Até a última quinta-feira, foram detectados treze pontos suspeitos, com registro de desvio para campos irrigados. A água roubada do estado também abastecia reservatórios para carregar pipas e até mesmo um tanque com 50 mil peixes em Ouricuri. Segundo a Compesa, a perseguição aos furtos é para garantir água a 200 mil famílias.

— As barragens ficaram secas, o povo está com sede, mas o carro leva água para colher voto. Os donos dos caminhões ganham por dois lados: recebem do governo e o voto do povo. As pessoas prejudicadas não reclamam porque têm medo. Há culpa tanto do estado quanto do município — reclamou Francisco da Silva, sindicalista da região.

De acordo com o secretário de Agricultura, Ranilson Ramos, há 800 pipas rodando a caatinga, para atender as famílias.

Na Bahia, a seca é considerada a pior dos últimos 50 anos. A longa estiagem no estado já levou 234 dos 407 municípios baianos a decretar estado de emergência. O governo estadual já reconheceu a emergência em 220.

A seca está devastando as lavouras baianas e afetando a pecuária. Os preços dispararam: o quilo do feijão, por exemplo, aumentou 40% este ano. Em Salvador já custa R$ 8.
No Piauí, 152 municípios do semiárido, onde vivem 750 mil pessoas, estão sofrendo. No estado, um caminhão-pipa de até 15 mil litros de água não sai por menos de R$ 120 e as perdas das lavouras de milho, feijão e mandioca foram de 100% — contabilizou o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Evandro Luz.

— A população padece de sede. Muita gente está há 40 dias sem água porque não tem dinheiro para comprar. Plantações inteiras foram perdidas — afirmou Luz.

Os presidentes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais pediram à Central Nacional de Abastecimento cestas básicas para as famílias enfrentarem a fome.
No estado, não há chuva forte desde julho. Por falta de alimentos, pequenos criadores estão soltando o gado para que os animais procurem água e pasto.

— Vivemos a maior seca de nossa história — disse Wilson Martins, governador do Piauí, que em abril participou da reunião com a presidente Dilma Rousseff, que liberou R$2,7 bilhões para minorar os efeitos da estiagem e anunciou a Bolsa Seca de R$400. Segundo a Fetag, os recursos ainda não chegaram.

Fonte: O Globo.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Investimento para saneamento no Brasil cobre entre 50 e 75% do necessário, revela ONU Água.


O fluxo de investimento voltado para a implantação de um serviço adequado de saneamento no Brasil é insuficiente para atender às necessidades do setor, considerando a meta de reduzir pela metade, até 2015, como prevê o 7º Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), a proporção da população sem acesso permanente a esgotamento sanitário.

Os recursos disponíveis cobrem apenas entre 50 e 75% do necessário. A informação é do relatório ONU Água 2012 – Análise e Avaliação Global do Saneamento e Água Potável (GLAAS). O relatório GLAAS apresenta dados recebidos de 74 países em desenvolvimento e cobre 90% do total das verbas oficiais de assistência ao desenvolvimento no mundo. Esta foi a primeira vez que o Brasil participou da avaliação, coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na avaliação das políticas de fornecimento de água potável, a maioria dos dados brasileiros são positivos. Entre 91% a 100% da população têm acesso a água potável, existem programas para as áreas rural e urbana e o fluxo financeiro garante 75% ou mais do que é necessário para o
abastecimento.

Já no saneamento, o país aparece com 76% e 90% da população tendo acesso a instalações
sanitárias beneficiadas. O relatório chama atenção para a falta de metas referendadas por pesquisas, principalmente em programas de promoção da higiene. O GLAAS afirma que programas nacionais de mudança de comportamento não estão suficientemente informados por meio de avaliações de atitudes locais e são frequentemente limitados a uma pequena escala de implementação. Entre os países da América Latina e Caribe, apenas a Bolívia afirmou realizar consultas sistematicamente nas áreas rurais e urbanas.

Ainda em 2012 a ONU-Água planeja lançar o Relatório sobre Abordagens Integradas para o
Desenvolvimento, Gestão e Uso de Recursos Hídricos, para orientar os debates da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

A ONU-Água é um mecanismo fundado em 2003 para a coordenação das agências das Nações Unidas em torno dos problemas relacionados a água doce no mundo.
Fonte: ONU.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Inscrições para o Prêmio ANA 2012 estão abertas para oito categorias.


Governo; empresas; organizações não governamentais; pesquisa e inovação tecnológica; organismos de bacia; ensino; imprensa; água e patrimônio cultural. Estas são as oito categorias que estão em disputa no Prêmio ANA 2012, que reconhece boas práticas que se destacam pela excelência e contribuição para a gestão e o uso sustentável dos recursos hídricos brasileiros. As inscrições são gratuitas e estão abertas até 1º de junho.
A avaliação dos trabalhos será feita por uma Comissão Julgadora composta por membros externos à ANA com notório saber na área de recursos hídricos ou meio ambiente. Um representante da Agência presidirá o grupo, mas sem direito a voto. Os critérios de avaliação são os seguintes: efetividade; impacto social; potencial de divulgação/replicação; adesão social; originalidade e sustentabilidade financeira.
A Comissão Julgadora vai selecionar três iniciativas finalistas e uma vencedora em cada categoria. Os trabalhos ganhadores serão conhecidos em solenidade de premiação marcada para 5 de dezembro de 2012 no Teatro da Caixa Cultural de Brasília. A Caixa Econômica Federal é a patrocinadora exclusiva do Prêmio ANA. Os oito vencedores receberão o Troféu Prêmio ANA, concebido pelo mestre vidreiro italiano Mário Seguso.
As inscrições devem ser enviadas por remessa postal registrada aos cuidados da Comissão Organizadora do Prêmio ANA 2012 no seguinte endereço: SPO, Área 5, Quadra 3, Bloco "M", Sala 222, Brasília-DF, CEP: 70610-200. A data de postagem será considerada como a de entrega. Os concorrentes poderão inscrever mais de uma iniciativa e apresentar trabalhos indicados por terceiros, desde que acompanhados de declaração assinada pelo indicado, concordando com a indicação e com o regulamento da premiação.
O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis no hotsite do Prêmo: www.ana.gov.br/premio. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail premioana@ana.gov.br ou pelo telefone (61) 2109-5412.
Fonte: ANA.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Plano de recursos hídricos tem 22 prioridades.

O Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) acaba de passar por uma atualização que estabeleceu pontos prioritários a serem alcançados entre 2012 e 2015. De um total de 155 ações previstas, 22 foram eleitas para serem foco de maior atenção por parte das comunidades e gestores públicos.

Entre as metas, estão a recuperação e conservação das bacias hidrográficas e a gestão compartilhada de rios fronteiriços, por exemplo. A escolha das prioridades ocorreu com ampla participação popular.

O lançamento do PNRH revisto pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) foi uma das atividades que marcaram a comemoração do Dia Mundial da Água, celebrado quinta-feira (22 de março).

De acordo com a Resolução 58 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), o PNRH deve passar por revisão a cada quatro anos. A atualização, englobando 2012 a 2015, é a primeira desde a sua criação, em 2006.

O documento representa um avanço para o Brasil, pois cumpre a Meta 26 da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+10, conferência realizada em 2002 em Joanesburgo, África do Sul.

O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Nabil Georges Banduki, afirmou que o PNRH será um dos aspectos positivos em sua política ambiental que o Brasil apresentará durante a Rio+20, cúpula sobre desenvolvimento sustentável que acontece na capital carioca de 13 a 22 de junho deste ano.

Nova realidade”O presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Abreu, chama a atenção para as conquistas obtidas depois de Joanesburgo. “Naquela época, o Brasil era visto como um país que precisava de assistência” disse.

Em dez anos, essa realidade se alterou profundamente e nosso país se apresenta como referência na gestão de recursos hídricos”.

Uma das ações de recuperação de bacia hidrográfica está em andamento no Distrito Federal: a preservação do espelho d’água do Lago Paranoá, de acordo com o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF, Eduardo Brandão, a região do Cerrado, onde está situada a capital federal, é considerada berço das águas do Brasil. Das 12 bacias que abastecem o país, dez ficam na área deste bioma.

Fonte: Assemae.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Dia Mundial da Água: Conscientização e ações para melhorar o saneamento.


Comemorado no dia 22 de março o Dia Mundial da Água já faz parte do calendário de órgãos públicos, concessionárias de água e esgoto e empresas. No entanto, ainda há muito a ser feito nesta área, para que progressos expressivos sejam registrados, em âmbito nacional e mundial.

Diversas ações em favor do melhor uso da água têm sido colocadas em prática, mas insuficientes para garantir o abastecimento da população nos próximos anos e gerações.

De acordo com o 4º Relatório da ONU sobre a água no mundo, o aumento da população – que passará a 9 mil milhões em 2050 – e as inundações e secas, trazidas pelas alterações climáticas, ameaçam os recursos hídricos se nada for feito. “A água doce não está a ser usada de forma sustentável”, disse a directora-geral da Unesco, Irina Bokova, em comunicado. “As informações rigorosas ainda não são a regra e a gestão está fragmentada... O futuro é cada vez mais incerto e os riscos vão agravar-se”, acrescentou.

Segundo Irina Bokova, citando o relatório da ONU, o consumo de água pela agricultura já representa cerca de 70% da água doce usada no mundo e deverá aumentar, pelo menos, 19% até 2050, quando a população mundial chegar aos nove mil milhões de pessoas.

O Atlas de Saneamento 2011, do IBGE, revela que 2.495 dos 5.564 municípios do País não contam com nenhum tipo de rede de captação e tratamento de esgoto. Quase a metade da população continua sendo obrigada a se servir de fossas sépticas ou de alternativas mais rudimentares como fossas a céu aberto ou lançamento de dejetos in natura em cursos dágua, em detrimento das condições de salubridade e do meio ambiente.

Sobre a questão do saneamento básico, 80% das águas residuais não são recolhidas, nem tratadas e vão direto a outras massas de água ou se infiltram no subsolo, que é fonte de problemas de saúde para a população e de uma deterioração do meio ambiente.

Nas últimas duas décadas, houve uma evolução substancial na população servida por serviços
básicos de água – mais dois mil milhões com acesso a água potável e mais 1,8 mil milhões com condições básicas de saneamento. Mas ainda há 780 milhões de pessoas não servidas por água
segura e 2,5 mil milhões sem saneamento.

No entanto, não é necessário aguardar ações governamentais voltadas à economia e racionalização do consumo dos recursos hídricos. A conscientização deve ser de todos e partir de quem realmente detém informações.

E iniciativas individuais e empresariais são o ponto central para a conscientização das pessoas quanto à necessidade de economia de água.

Ecosfera / Revista Voto / Trata Brasil / G1 com colaboração do Saneamento básico, o Site!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Mais de 80 países se comprometem em fórum a acelerar o acesso à água.


Os ministros do Meio Ambiente de mais de 80 países reunidos no Fórum Mundial da Água se comprometeram nesta terça-feira (13), em Marselha, na França, a acelerar o acesso ao saneamento e água potável, dos quais ainda estão privados 80 milhões de habitantes no mundo.
Em uma declaração adotada "por aclamação", os titulares do Meio Ambiente presentes no Fórum de Marselha expressaram seu compromisso "para acelerar o acesso à água potável e o saneamento através de todos os meios apropriados", em sinal de "nossos esforços para superar a crise da água".
A sexta edição do Fórum Mundial da Água reúne durante seis dias dirigentes governamentais, empresários, associações e organizações não-governamentais em torno do tema dos recursos hídricos, ameaçados pelo crescimento da população e a mudança climática.
Preocupação da ONU Nesta segunda-feira (12), a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou relatório sobre o desenvolvimento dos recursos hídricos no mundo, afirmando que o crescimento sem precedentes da demanda alimentícia, rápida urbanização e a mudança climática ameaçam significativamente o abastecimento de água global.
Segundo o texto, é necessário tomar atitudes urgentes em diversos setores para evitar o desperdício de água. O documento diz que, sem medidas drásticas, a pressão da água vai agravar as disparidades econômicas entre os países, atingindo principalmente os mais pobres.
Ele cita, por exemplo, que a utilização de recursos hídricos na agricultura deve aumentar em 19% até 2050, índice que pode ser ainda maior caso não se implemente novas tecnologias e decisões políticas sobre o tema.
Sobre a questão do saneamento básico, 80% das águas residuais não são recolhidas, nem tratadas e vão direto a outras massas de água ou se infiltram no subsolo, que é fonte de problmeas de saúde para a população e de uma deterioração do meio ambiente.
Fonte: G1

Modelo brasileiro de gestão dos recursos hídricos gera interesse em Marselha.

Participativa e descentralizada, o modelo de gestão de recursos hídricos brasileiro chamou a atenção dos participantes do 6º Fórum Mundial da Água. O superintende de Gestão dos Recursos Hídricos, Rodrigo Flecha, apresentou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos (SINGREH) e os instrumentos de gestão dos recursos hídricos no Brasil.

A criação desse Sistema, em 1997, com a instituição da Política Nacional de Recursos Hídricos, também conhecida como “Lei das Águas”, atende aos múltiplos usos dos recursos hídricos à necessidade de antecipação aos conflitos que podem ser gerados ou potencializados pelo
uso das águas.

Integram o SINGREH: o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH); a Agência Nacional de Águas (ANA); os conselhos estaduais de recursos hídricos; os comitês de bacias hidrográficas; as instituições federais, estaduais e municipais responsáveis pela gestão de recursos hídricos; e as agências de água.

Baseada no modelo francês, que reconhece a bacia hidrográfica como unidade de gestão hidrográfica, atualmente o Brasil possui oito comitês em bacias interestaduais e 169 em bacias estaduais, apresentando-se como um exemplo de gestão ambiental democrática e participativa.

Representantes do Poder Público, da sociedade civil organizada e dos usuários de água têm cadeira nesses colegiados e formam um “parlamento das águas”. Já as agências de água são instaladas para funcionar como secretarias executivas de um ou mais comitês de bacia.

Entre os instrumentos de gestão de recursos hídricos estabelecidos na Lei das Águas, estão a elaboração dos planos de recursos hídricos, que visam a fundamentar e orientar a implementação da Política Nacional e o gerenciamento dos recursos hídricos. Mais de 50% do território
nacional está coberto por esses planos.

O enquadramento dos corpos d’água em classes, segundo os usos preponderantes, é o mecanismos que estabelece o nível de qualidade a ser alcançado ou mantido ao longo do tempo.

Outro instrumento da Política Nacional de Recursos Hídricos é a outorga dos direitos de uso dos recursos hídricos, cujo objetivo é ordenar e regularizar os usos da água. Para qualquer finalidade de uso das águas de um rio ou lago – captação de água para abastecimento público, para fins industriais, para irrigação, bem como para o lançamento de efluentes – é necessário essa autorização que estabelece critérios e condicionantes para o uso da água.

A cobrança pelo uso da água é outro instrumento para a gestão. Com os recursos arrecadados pela cobrança, são proporcionadas melhorias ambientais, direta e indiretamente, para toda a população das bacias.

Por fim, o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, que é o instrumento da Política Nacional de Recursos Hídricos que tem como objetivo reunir, dar consistência e divulgar os dados e informações sobre a situação quanti-qualitativa dos recursos hídricos no Brasil,
subsidiando a elaboração de planos de recursos hídricos.

Fonte: Agência Nacional de Águas.

segunda-feira, 12 de março de 2012

ONU pede mudanças para evitar escassez de água no mundo.


A 4ª edição do Relatório de Desenvolvimento Mundial da Água, intitulado Gerenciando a Água sob Incerteza e Risco, foi lançado durante o 6º Fórum Mundial da Água, em Marselha, na França.
A demanda pelos suprimentos de água no mundo é tão intensa que será necessária uma mudança radical na forma como ela é usada para evitar a escassez, diz um estudo elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta segunda-feira (12).
A 4ª edição do Relatório de Desenvolvimento Mundial da Água, intitulado Gerenciando a Água sob Incerteza e Risco, foi lançado durante o 6º Fórum Mundial da Água, em Marselha, na França.De acordo com a pesquisa, aumentou a demanda por água para irrigação de cultivos de alimentos, para produção de energia elétrica e para fins sanitários.
O documento ressalta ainda que as mudanças climáticas estão reduzindo os suprimentos ao alterar os padrões de chuvas, provocando secas mais prolongadas e o derretimento de geleiras.O relatório aponta ainda que a Ásia tem cerca de 60% da população mundial, mas conta com apenas um terço da água potável da Terra.
O Brasil produz aproximadamente 12% da água doce superficial do planeta e, segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA), o país dispõe de 18% de toda água doce superficial da Terra.No relatório, são descritas as principais mudanças, incertezas e ameaças que ocorrem no mundo e suas ligações com os recursos hídricos.
A publicação também indica as tendências relacionadas ao abastecimento de água, ao uso, à gestão e aos financiamentos.De acordo com Programa Mundial para o Desenvolvimento da Água, vinculado às Nações Unidas, o objetivo do estudo é buscar alternativas para que todos se envolvam na busca pela melhoria da qualidade e aceitação das decisões sobre o tema.
Fonte: África 21.

ANA defende criação de órgão da ONU para água.


A Agência Nacional de Águas (ANA) vai defender ao longo desta semana, no 6.º Fórum Mundial da Água, que começa hoje em Marselha (França), a necessidade de criação de uma governança global para os recursos hídricos.
"A ideia é criar um organismo no âmbito da ONU, seja um programa ou uma agência, que tenha a água como fator central", afirma Vicente Andreu, diretor presidente da ANA. "Hoje existem diversos programas e agências, como a Unesco, a Organização Mundial de Meteorologia, a FAO, que têm a água como um elemento constitutivo de sua agenda, mas não é o seu tema central. A água é transversal a diversos setores."
Segundo ele, o escritório que existe hoje para esse fim, o UNWater, ligado à Secretaria-Geral da ONU, "tem tido um papel frágil" em relação aos desafios colocados pela escassez e o aquecimento global. "A constituição de um organismo mais efetivo pode trazer uma natureza vinculante às questões relativas à água junto aos governos", defende.
Em seu âmbito poderiam ser discutidos temas como gestão integrada dos recursos hídricos, questões climáticas, padrões de monitoramento dos recursos e águas transfronteiriças. Entre os vários temas que a ANA deve apresentar, Andreu destaca também a proposta de criação de reservatórios de água como uma medida de adaptação às mudanças climáticas.
O recurso, normalmente usado no Brasil para abastecer usinas hidrelétricas, é polêmico por seu impacto ambiental.
"O problema é que em uma situação em que o aquecimento global pode promover tanto secas mais intensas quanto chuvas mais intensas, a criação de reservatórios é uma medida que pode fazer frente a isso, tanto para controlar as cheias quanto para garantir o abastecimento na seca", diz. "O nível de segurança hídrica, com base nos reservatórios hoje existentes no Brasil, é pequeno.
Ainda mais quando 90% dela é voltado para a geração de energia elétrica. É um tema que tem de voltar à mesa." Apesar de o fórum não ser um evento governamental, há a expectativa de que algumas de suas contribuições possam acabar sendo incorporadas na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Um dos painéis do fórum vai tratar dos caminhos para a Rio+20 e deve encaminhar temas a serem debatidos nos diálogos setoriais que vão ocorrer na conferência. Desses eventos sairão propostas que serão apresentadas na reunião final de chefes de Estado, que vai concluir o documento da conferência.
Fonte: Aesbe.