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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Cientista do IPCC vê avanços do Brasil no combate ao aquecimento global

O brasileiro Emilio La Rovere confirma que um novo relatório do painel de cientistas da ONU será divulgado no ano que vem

Rio de Janeiro – Coordenador do Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente da COPPE/UFRJ, membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) e coordenador científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), Emilio La Rovere logiou o cumprimento das metas de redução do desmatamento e das emissões de gases de efeito estufa por parte do governo brasileiro. O cientista fez ontem (26), em palestra realizada no Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro, um balanço dos avanços obtidos pelo Brasil no combate ao aquecimento global. Ele também falou sobre o atual estágio de desenvolvimento do PBMC, criado em julho de 2010 durante a Semana Nacional de Ciência, Tecnologia.

Para La Rovere, “o Brasil se comprometeu em 2009 com uma série de objetivos voluntários fortemente baseados na redução do desmatamento. Até agora temos sido exitosos. Por sua vez, a Plataforma de Durban, definida em 2011, prevê uma nova rodada de negociações e provavelmente teremos objetivos de todos os países para o horizonte depois de 2030. Até 2020, em todo caso, nossas emissões devem estar dentro dos compromissos voluntários assumidos”, diz.

Ele também falou sobre os principais pontos comumente considerados fatores de risco para o aumento das emissões no Brasil, como a exploração do pré-sal, o desrespeito ao Código Florestal e seu conseqüente aumento do desmatamento e a construção de usinas hidrelétricas na Amazônia.

“Até agora, as intenções anunciadas pelo governo brasileiro em relação ao pré-sal parecem bastante razoáveis para não cairmos na maldição dos países ricos em petróleo de manter preços muito baixos internamente e com isso aumentar fortemente o consumo. Mas não foi o que a gente viu na prática no ano passado. O governo sucumbiu à tentação de manter o preço da gasolina artificialmente baixo para com isso segurar a taxa de inflação. O discurso oficial é fazer com que os preços internos do petróleo acompanhem os preços internacionais, mas a prática é outra, o que me deixa preocupado. A inflação não foi segurada e a Petrobras quebrou. Esse foi o resultado dessa política, que eu espero que seja revista”, diz o cientista.

Em relação às florestas, La Rovere dá um voto de confiança ao novo Código Florestal: “Nós tínhamos um Código Florestal ótimo. O problema é que não era aplicado. Agora temos um Código Florestal que não é tão bom quanto antes, mas, se for respeitado e bem aplicado, a situação pode não ficar tão ruim assim”, diz. Ele ressalta o fato de que o desmatamento vem caindo no país: “Um estudo da PUC-RJ mostra que metade da redução do desmatamento pode ser atribuída à aplicação de políticas públicas. Entre elas, o fundamental foi a restrição de crédito a quem não tem título de posse e licença ambiental. O novo Código Florestal não vai ser o obstáculo mais importante para a gente superar”, diz.

 

La Rovere também defende a construção de algumas usinas hidrelétricas na Amazônia, desde que ambientalmente sustentáveis: “O desmatamento provocado pela área inundada não é tão importante quanto o causado pela pecuária ou pela soja. Há as emissões de metano da área inundada, mas não temos conhecimento científico pra criar um fator de medição. Em todo caso, as hidrelétricas emitem muito menos gases de efeito estufa do que as termelétricas, mesmo as de gás natural, que poluem menos. O IPCC e a Convenção do Clima consideram zero a emissão de hidrelétricas”.

Ele reconhece que “hidrelétricas têm impactos sociais e ambientais muito expressivos, particularmente na região da Amazônia, onde há uma série de ecossistemas que são muito frágeis”, mas defende essa opção: “Obviamente, se não fizermos hidrelétricas na Amazônia vamos ter que fazer termelétricas, já que não vejo a energia nuclear como uma grande possibilidade no Brasil devido a uma série de problemas, como custos e segurança. Temos outras fontes, como a eólica e a solar, que são intermitentes”, diz.

“Uma coisa é ter uma posição ideológica contrária às hidrelétricas na Amazônia. Outra coisa é você verificar que tudo tem prós e contras. Acho que a gente pode e deve fazer algumas hidrelétricas na Amazônia, mas de uma forma completamente diferente do que estamos fazendo até agora. É viável hidrelétricas que mereçam o adjetivo de sustentável, mas teremos que fazer diferente, não poderemos fazer em áreas de floresta virgem uma estrada de acesso e um canteiro de obras. Não podemos repetir erros do passado.

Balbina e Tucuruí são exemplos de como não se deve fazer uma hidrelétrica”, acrescenta La Rovere, que vê as usinas de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte em um estágio mais avançado em termos ambientais do que as usinas mais antigas.

Novo relatório do IPCC
Emilio La Rovere confirmou também que um novo relatório do IPCC será divulgado no fim de 2014. Será o quinto relatório de avaliação elaborado pelo painel de cientistas da ONU, eu já havia divulgado outros em 1990, 1996, 2001 e 2007: “Trata-se do primeiro relatório que a gente coloca em consulta pública. Obtivemos pouquíssimos comentários, mas é um primeiro passo para criar essa cultura”, diz.

O relatório, segundo o brasileiro, já teve várias versões, entre comentários dos governos, agências internacionais e cientistas. Ao final desse processo, deverá ser aprovado pela plenária do IPCC o Sumário Técnico Executivo a ser encaminhado aos tomadores de decisão: “O relatório precisa ser aprovado por representantes dos 196 países. Aí, já é o mundo da política. Ficamos uma semana discutindo as palavras que tem que constar. Imaginem, por exemplo, Estados Unidos, Rússia, Brasil, China e Arábia Saudita na mesma sala, os interesses afetados são grandes. Conseguir esse sumário de tomadas de decisões já é um documento resultante desse diálogo. É um sumário técnico, mas submetido às decisões políticas. No resultado final, a gente busca chegar a uma mensagem que reflita da melhor forma essa visão resultante de uma pluralidade de perspectivas”.

Um novo alerta será dado aos governantes: “As emissões estão crescendo, e não dá para baixarem abruptamente em nível mundial. Mas, elas têm que começar primeiro a ter sua velocidade de crescimento diminuída. Para estabilizar o aquecimento global em dois graus, as emissões têm que cair bastante mais rapidamente do que estamos conseguindo fazer. A estimativa de dois graus não é científica, é política. Os cientistas não podem dizer com exatidão, mas sabemos que será algo entre um e cinco graus”

La Rovere espera que a mudança de postura do governo dos Estados Unidos fortaleça ainda mais o IPCC: “A aposta no desenvolvimento de novas tecnologias foi utilizada como álibi no governo Bush para que o país ignorasse as negociações climáticas internacionais. A orientação do governo Obama é bem diferente. Parece que agora, no segundo mandato, ele vai aprofundar o que pode ser feito em nível doméstico. A decisão da Suprema Corte dos EUA de incluir a questão climática como assunto de interesse para a saúde do povo americano forneceu instrumentos ao Executivo, que independem da posição do Congresso, para colocar limites das emissões em indústrias e veículos de uma forma mais consistente. Parece que isso vai ser
 aprofundado no segundo mandato de Obama e é uma boa notícia para o mundo”.

Apoio do governo
Em relação ao apoio do governo brasileiro ao PBMC, o cientista faz um balanço positivo dos últimos dez anos: “Houve apoio lento, mas a gente viu. A reforma da reforma do setor elétrico foi positiva, apesar dos pesares, já que me parecia totalmente sufocado o modelo anterior, adotado no governo FHC, de privatizar o setor elétrico com base na receita britânica totalmente inadequada para um país que tem base hidrelétrica”, diz.

Em termos de pesquisa, ele cita a recente regulação do setor de energia, aprovada em abril do ano passado pela Aneel, que abre a rede para os smart-grids, onde o produtor independente pode jogar energia da rede: “Foi um ganho muito grande para o desenvolvimento da energia solar. O que foi feito em gás natural também foi importante, e pode ser visto como solução de transição, já que é melhor usar gás natural do que óleo combustível. Mesmo com muito atraso, também houve um grande ganho em energia eólica”, diz.

Mas, nem tudo são flores na avaliação do cientista: “O que está claudicante, incrivelmente, é o etanol de cana-de-açúcar. Não podemos deixar o Pró-Álcool, que foi um ganho muito grande pelo qual o Brasil é admirado no mundo todo. Mesmo com problemas na cadeia de produção, o balanço como um todo é positivo. Agora, essa política suicida de conter preço da gasolina só faz enterrar o etanol de cana. Para mim, é incompreensível que a presidente Dilma, que é da área de energia, tenha feito esse descalabro”.
PBMC

O PBMC tem quatro grupos de trabalho que atuam em ordem cronológica. O GT 3, que está sendo elaborado agora e trata efetivamente da mitigação às mudanças climáticas, é coordenado por La Rovere e por Mercedes Bustamante, da UnB. Seus temas estruturantes, segundo La Rovere, são: “Os riscos e incertezas para se formular uma política de resposta às mudanças climáticas e a preocupação com a equidade, afinal, quem vai pagar o ônus de enfrentar as mudanças climáticas?”, indaga. Outros temas são: as tendências, fatores dominantes e forças motrizes do aquecimento global; o detalhamento setorial, com cenários para o futuro em setores como geração de energia, transporte, edificações, indústria e agricultura, as mudanças nas principais fontes de emissão no Brasil, e os recursos financeiros e políticos para enfrentar o problema.

As principais conclusões do PBMC, adianta La Rovere, serão: a quase impossibilidade de estabilização da temperatura em apenas 2 graus acima do nível pré-Revolução Industrial; a viabilidade de se alcançar os objetivos voluntários de redução das emissões já aprovada pelo governo brasileiro até 2020, graças ao êxito das ações de combate ao desmatamento; a tendência de retomada das emissões após 2020, puxada pelo crescimento econômico do país.

Fonte: Rede Brasil Atual

Veja mais: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/ambiente/2013/02/cientista-do-ipcc-faz-balanco-do-combate-ao-aquecimento-global-no-brasil-1

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

TV ÁGUAS - Recuperação da Lagoa Araruama


A TV Águas nos mostra a recuperação da Lagoa Araruama, um dos principais cartões-postais da Região dos Lagos, e o retorno de milhares turistas ao local, o que tem movimentado a economia da região

Fonte: TV Águas


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Desenvolvimento Sustentável busca novo paradigma em 2013

Por Paula Paiva

Crise econômica global, mudanças climáticas, energia, água e biodiversidade estão entre os principais desafios neste ano, aponta Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)
No ano seguinte à Conferência da ONU Rio+20, a sustentabilidade vai enfrentar desafios como a falta de acordos financeiros entre os países para apoiar metas da área, mudanças climáticas e questões de segurança hídrica e energética, aponta o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). A crise econômica global continua a ser um dos principais entraves e pode continuar a influenciar negativamente novos investimentos no setor. “Nas últimas conferências internacionais, a crise foi utilizada pelos países desenvolvidos para se esquivarem de acordos financeiros. 
Essa pode ser uma grande oportunidade para uma mudança de paradigma em relação à sustentabilidade, para deixar de ser vista como reativa e ser de fato incorporada às gestões de governos e empresas, já que não há mais tempo a perder”, afirma a presidente do CEBDS, Marina Grossi.

O tema energia também está na berlinda em função das recentes mudanças no mercado elétrico brasileiro, visando à redução das tarifas. “No Brasil, o foco é a importância da diversificação da matriz, com a entrada de novas fontes renováveis para a geração de energia elétrica de forma a reduzir a dependência da geração térmica a combustíveis fósseis”, explica a presidente do conselho. Já no contexto externo, destaca-se a revolução do gás natural com as descobertas das reservas de gás de xisto nos Estados Unidos, que tornaram o país autossuficiente e aumentaram a oferta mundial. Essa revolução do gás, por sua vez, traz novos desafios, visto que o incentivo às energias renováveis pode ficar aquém do necessário para a realização de uma verdadeira mudança de cultura no uso da energia.

O ano de 2013 também foi escolhido pela ONU como o Ano Internacional de Cooperação pela Água. Se o padrão de consumo não for alterado, em 2025 dois terços da população mundial poderá sofrer com a escassez de água doce. No Brasil, além da preocupação com a questão, o País está muito longe de universalizar o acesso ao saneamento básico: mais da metade da população brasileira não tem coleta de esgoto no domicílio (53,8%) e, dessa parcela, apenas 37,9% é tratado. Estima-se que 217 mil trabalhadores precisam se afastar de suas atividades por ano devido a problemas gastrointestinais e que crianças que moram em locais sem saneamento básico têm um aproveitamento escolar 18% abaixo das que vivem em locais salubres.

Outro tema em pauta é a biodiversidade, com a regulamentação da lei de acesso a recursos genéticos. “Ainda não há maturidade legal também sobre os Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA). Existem vários projetos de lei, com grandes diferenças entre eles”, observa Marina Grossi. O CEBDS irá, ao longo do ano, discutir pontos desses projetos de lei relevantes para o setor empresarial. “Além disso, o setor ainda carece de indicadores de biodiversidade e serviços ecossistêmicos, necessários para uma real avaliação de dependência e impacto”, completa. Já as mudanças climáticas são mais um desafio a ser incorporado nas gestões pública e privada, com a necessidade de avanços significativos na Plataforma Durban. “Os negociadores internacionais se propuseram a definir novos compromissos até 2014, para levar a proposta fechada para ser votada em 2015”, pondera a presidente.

Antigos Desafios

Velhas questões continuam na agenda neste ano, como a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que tem como meta acabar com os lixões até meados de 2014. O País tem ainda três mil deles em funcionamento e que recebem 60% do esgoto doméstico. A mudança de comportamento em relação ao consumo também faz parte desse cenário: de acordo com o Visão Brasil 2050, a revisão de valores individuais é urgente e deve levar à substituição dos padrões de consumo baseados no ciclo de apropriação e descarte. Já do ponto de vista coletivo, chama a atenção também a necessidade de soluções sustentáveis para o desafio da mobilidade nas cidades.

A publicação dos Relatórios de Sustentabilidade integrada aos relatórios financeiros é outro ponto de atenção, já que as recentes crises financeiras reforçam a importância da transparência das informações corporativas, principalmente as relacionadas à̀ sustentabilidade – a África do Sul, por exemplo, já exige que empresas listadas na bolsa reportem questões financeiras e socioambientais de forma integrada. “Os desafios são muitos e complexos. Entendemos que somente a partir de ações articuladas e cooperação entre todos os setores – governo, empresas e sociedade civil – conseguiremos superar esses desafios, colocando o Brasil na liderança da corrida do desenvolvimento sustentável, com os brasileiros vivendo bem e respeitando os limites naturais do planeta”, avalia a presidente do CEBDS, Marina Grossi.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

ONU: 2013 é o Ano Internacional de Cooperação pela Água


A Organização das Nações Unidas-ONU declarou 2013 como o “Ano Internacional da Cooperação pela Água”. O alvo da ação é estimular a conscientização diante da gestão, acesso e distribuição da Água, enquanto recurso cada vez mais escasso no planeta. Ressaltar a importância da colaboração para o gerenciamento e manejo dos recursos hídricos também é objetivo da instituição.

Apesar de a Terra ser constituída por 70% de água, apenas pouco mais de 2% desse recurso está disponível para consumo humano. Parece pouco, mas esse percentual seria suficiente para abastecer todo o planeta, não fosse a poluição, desvalorização e urbanização sem conscientização, que torna a água potável quase inexistente em algumas partes do mundo.

Para reduzir as constantes agressões ambientais as quais os recursos hídricos estão submetidos, a campanha mundial irá promover eventos e discussões visando soluções de cooperação de sucesso envolvendo água, e ainda identificar problemas na educação, diplomacia da água, quadros legais e outros. Os níveis internacional, nacional, regional e local devem ser estimulados a agir em prol dos recursos hídricos.
Na data de 22 de março, quando é comemorado o Dia Internacional da Água, também será instituído como tema central a Cooperação pela Água. O ineditismo do tema ressalta sua importância primordial e confere particular relevância a este 20º Dia Mundial da Água.



Chamar a sociedade civil, entidades, empresas, organizações e autoridades, promovendo parcerias para a cooperação pela Água e Meio Ambiente como prioridade máxima, alinha esta ação da ONU à ideologia cooperativista crescente no Estado piauiense. Para o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Piauí-Sescoop/PI, Marcos Moraes, esse momento revela o potencial que o cooperativismo possui.

“Podemos mostrar alternativas como o combate à poluição dos nossos lençóis freáticos através de campanhas educativas e preventivas,  atuar no treinamento e formalização de catadores de lixo, organizando-os em cooperativas. O momento é muito bom para as cooperativas de reciclagem, o governo tem verbas específicas para investir na área do meio ambiente devido a implementação da lei de tratamento de resíduos sólidos, onde todos os municípios devem dar o tratamento adequado ao lixo, um dos principais agressores dos recursos hídricos. O Cooperativismo ganha ainda mais força com essa iniciativa da ONU”, pontua Marcos Moraes.

A preocupação vai além do consumo humano, já que a mesma água que mata a sede humana é utilizada também na agricultura e na indústria. O maior usuário desse recurso é o campo, que responde por 70% do consumo mundial. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), para produzir alimentos para uma única pessoa são necessários um total de 2,5 mil litros de água. A utilização consciente dos recursos hídricos engloba uma série de fatores, entre eles o principal que é a preservação da humanidade, incluindo alimentação, higiene pessoal e outros pontos; o que torna a discussão ainda mais veemente e indispensável.

Fonte: Cidade Verde

Veja mais: http://www.cidadeverde.com/onu-2013-e-o-ano-internacional-de-cooperacao-pela-gua-123955

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O futuro da água no mundo

Estamos em pleno Ano Internacional de Cooperação pela Água e já se discutem maneiras de as empresas integrarem-se mais ativamente na governança da água. Cabe abordar concisamente algumas questões prementes relacionadas à segurança hídrica e que afetam o setor produtivo, pois o momento é especialmente propício.


• Escassez qualitativa – A ameaça maior não é o desparecimento da água. No ciclo hidrológico a água submete-se permanentemente à evapotranspiração, precipitação, percolação e recarga. Nesse sentido, a água não se esgota e sempre existirá em grandes quantidades. Todavia, as regiões do globo apresentam perfis hídricos muito distintos, os quais coexistem com diferentes situações demográficas, culturais, sociais, econômicas, comportamentais e de demanda em quadros de estresses hídricos e ambientais mais ou menos pronunciados.

O cenário global é de aumento da demanda sobre reservas ameaçadas, enquanto os governos possuem diferentes capacidades para distribuir a água e gerenciar a qualidade e a quantidade do recurso em seus territórios. Ou seja: a abundância não se traduz necessariamente em disponibilidade e acesso.

• Produção agrícola – O cenário é tal que se necessita de água a taxas crescentes para produzir mais alimentos e biocombustíveis a fim de atender às exigências trazidas pela mobilidade social, o crescimento demográfico e o crescimento das economias em todo o mundo. A demanda por alimentos trouxe uma busca mundial por terras cultiváveis e por água para irrigação.
 A irrigação responde no mundo por algo entre 60% e 90% da demanda por água, a depender do país. Mas a expansão das fronteiras agrícolas enfrentam limitantes no imperativo de preservar florestas e biomas sensíveis, cuja conservação presta serviços ecossistêmicos de valor inestimável a toda a sociedade.

Como garantir o acesso regular dos produtores de alimentos à água sem exacerbar potenciais ou existentes conflitos de uso com outros grupos usuários? Como fazê-lo sem comprometer o meio ambiente? Como equacionar a necessidade de produzir mais alimentos com menos água e a mesma quantidade de terra?

• Mudanças climáticas – Ainda que seja difícil isolar os efeitos do fenômeno para o nível local em se tratando de recursos hídricos, um possível cenário de alteração ampla das variáveis hidrometeorológicas significaria um impacto direto no ciclo hidrológico, afetando as reservas hídricas em geral. As adversidades climáticas, no caso da concretização de tal cenário, trariam problemas ao ambiente urbano e ao rural, com questões para a saúde humana, a produção de alimentos, geração de energia e para a integridade das infraestruturas de suporte à sociedade.
 
 Admitindo o princípio da precaução, é inevitável que se desenvolvam estratégias nacionais de adaptação que considerem a interação da água nos ambientes urbano e rural com os fatores que afetam a segurança hídrica para a produção de alimentos, de bens e serviços e a geração de energia. Isso exige articulação entre setores e integração de políticas.

Pelo que foi brevemente exposto, conclui-se que a segurança hídrica interpõe-se em escalas múltiplas às sociedades neste século. A gestão do acesso e da disponibilidade de água de qualidade e segura para o consumo encontra óbices consideráveis e ainda irresolutos em muitas partes do globo, inclusive no Brasil. Entretanto, reconhece-se que a solução é complexa porque a questão da água exige, como se disse, articulação entre setores e integração de políticas. Isso desafia a prática e a tradição da gestão pública no Brasil, usualmente promotoras de soluções estanques e desarticuladas, geradoras de ineficiências financeiras, operacionais e de impacto. Desafia também as empresas, que se atêm à conformidade legal, raramente envolvendo-se na governança da água ou comprometendo-se com metas de conservação nas bacias hidrográficas que as hospedam.

A cada um – governos, sociedade, empresas – cabe sua cota de responsabilidade, pois a água é um bem público. Assim, os grandes usuários de água no setor produtivo têm responsabilidade na manutenção ou melhora da qualidade ambiental.

A água agrega valor para a empresa e seus produtos e condiciona suas relações com os stakeholders e com o ecossistema. Isto é: a viabilidade do negócio é função da disponibilidade e da qualidade do recurso.

Da mesma forma, o mal-uso desagrega valor, através de externalidades difíceis de custear, pois quem paga é a sociedade, que dispõe de menor qualidade e disponibilidade desse fundamental recurso à vida. Qual a monta do custo social? Difícil quantificar.

Sinais positivos endereçados ao setor produtivo para promover o uso responsável da água e a melhora da hidrointensidade nos processos produtivos devem estar combinados com a exigência de conformidade com os marcos legais. Para ilustrar, não se conta hoje com séries históricas completas de dados hidrológicos e dados de monitoramento da qualidade da água em muitas bacias hidrográficas brasileiras, o que pode obstar a verificação do uso responsável da água se uma empresa proativamente decidir implementá-la. Portanto, os órgãos gestores e regulatórios de recursos hídricos devem ser a matriz de critérios, dados e informações que permitam ações que elevem a qualidade dos usos em geral.

As empresas verão esses sinais como uma oportunidade de inovação na gestão da sustentabilidade da água dentro de limites organizacionais mais amplos e para além da mera eficiência hídrica em processos internos – enfatizando o uso responsável da água em toda a cadeia de valor, o que as inserirá na governança da água e nos esforços globais de conservação do recurso de maneira efetiva.

Silneiton Favero é especialista em Gestão de Recursos Hídricos e consultor sênior da Green Domus Desenvolvimento Sustentável Ltda. (www.greendomus.com.br)

Fonte: Segs

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Importância da Água Tratada

Quando abrimos uma torneira em Juiz de Fora, estamos recebendo água que foi retirada da natureza, tratada e transportada até as casas, escolas, indústrias, hospitais, creches, etc.

Somente depois de tratada a água pode ser distribuída para ser consumida pelo Homem.

Portanto águas de minas, poços e nascentes são contaminadas em sua maioria (principalmente em centros urbanos), ou seja, Impróprias para o Consumo Humano devido à existência de contaminação por produtos químicos, esgotos domésticos, lixo, etc, que penetram no solo por infiltração de chuvas ou até mesmo pelo rompimento de redes de esgotos em centros urbanos, trazendo a contaminação de águas subterrâneas e também funcionando como veiculação hídrica de vários agentes patológicos, muito comuns em países em desenvolvimento como o Brasil.

Segundo informações atualizadas do Banco Mundial, 10 milhões de mortes anuais no mundo estão associadas a doenças causadas pelo uso da Água Imprópria para o Consumo Humano. Para cada R$1,00 investido em saneamento básico, é economizado R$4,00 em Postos de Saúde com doenças ocasionadas pela falta de saneamento.

As principais doenças veiculadas pela água são causadas por: VÍRUS (ex: poliomielite, hepatite infecciosa), BACTÉRIAS (ex: febre tifóide, desinteria bacilar, leptospirose, cólera, gastroenterites), PROTOZOÁRIOS (ex: desinteria amebiana, giardíase) e por HELMINTOS OU VERMES (esquistossomose, ancilostomose e ascaridíase).

A distribuição de água tratada, além de lavarmos a nossa caixa d’água de 6 em 6 meses, traz como resultado a melhoria na saúde e nas condições de vida de uma comunidade.



Pra evitar problemas de contaminação de minas, poços e nascentes, devemos:
* Não fazer necessidades próximas a fontes, ou mesmo distante onde a chuva poderá infiltrar os organismos que provocam doenças;
* Quando não houver sistema de esgoto, providenciar a construção de fossas em locais livres de enchentes, no mínimo a 15 metros do vaso sanitário e da fonte de água, em um nível mais baixo para evitar contaminação;
* Mantenha a casinha da fossa sempre limpa e fechada, jogue cal ou cinza para tirar o mau cheiro e evitar insetos;
* Não jogar ou deixar o lixo em qualquer lugar, pois é um foco de doenças, pode atrair ratos e insetos, e facilita a ocorrência de enchentes além de sujar as águas que irão infiltrar no solo.

"Quem tem água tratada, deve sempre utilizá-la em vez de utilizar água de poços e minas".

Nas regiões onde não existe água tratada alguns cuidados são necessários:
* Ferva a água durante 2 minutos e depois de fria agite-a bem;
* Adicione, para cada litro de água 3 gotas de hipoclorito de sódio (água sanitária), misture bem, espere por 30 minutos para usá-la. OBS: se a água estiver turva, filtre-a antes de clorar.

Se você possui uma mina ou poço em casa utilize esta água apenas para:

* Lavar o quintal ou varanda;
* Lavar automóveis e bicicletas;
* Lavar calçadas;
* Regar jardins e plantas não comestíveis pelo Homem.

95% DAS MINAS DE JUIZ DE FORA ESTÃO CONTAMINADAS, POR ISSO NÃO SE PODE UTILIZÁ-LAS.

Fonte:  Cesama

Veja mais: http://www.cesama.com.br/?pagina=tratada

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Nova lei ambiental da Bahia poderá ser declarada inconstitucional

Salvador – Uma exposição de motivos apresentada por promotores de Justiça do Ministério Público do Estado da Bahia e encaminhada à Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa) motivou a entidade a ingressar com uma representação junto à Procuradoria Geral da República (PGR), pedindo a propositura de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) perante o Supremo Tribunal Federal, para sanar inconstitucionalidades e ilegalidades da Lei Estadual n° 12.377/2011.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Defesa da Bacia do São Francisco (Nusf), promotora de Justiça Luciana Espinheira Khoury, entre os principais pontos questionados pelos membros do MP estão os retrocessos ambientais trazidos pela nova lei, como a diminuição da participação popular nos processos de licenciamento ambiental.


A Lei Estadual 12.377/2011 provocou alterações significativas nas leis estaduais n° 10.431/2006, que dispõe sobre a Política Estadual de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade; 11.612/2009, que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos; e 11.051/2008, que reestrutura o Grupo Operacional de Fiscalização e Regulação. A exposição de motivos apresentada à Abrampa foi assinada pelos promotores de Justiça Luciana Khoury, Cristina Seixas Graça, Augusto César Carvalho de Matos, Yuri Lopes de Melo, Antônio Sérgio Mendes dos Anjos, Hortênsia Gomes Pinho, Eduardo Antônio Bittencourt Filho, Moacir Silva do Nascimento Júnior e Aline Valéria Archangelo Salvador.
“A referida lei está eivada de diversos vícios de inconstitucionalidade, seja em virtude do retrocesso na legislação ambiental, seja em decorrência da diminuição drástica da participação e controle social”, afirmam eles.

Dentre as violações da Lei 12.377/2011 constam a criação indevida de licenças, como a Licença Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC), que assegura o direito subjetivo à obtenção do licenciamento após serem preenchidas algumas formalidades por meio digital. Ainda de acordo com a promotora Luciana Khoury, “a LAC não se reveste das necessárias garantias exigidas para a proteção ambiental, violando o processo de licenciamento. É inadmissível conceber que uma licença ambiental venha a autorizar o empreendedor, ainda que sua atividade e empreendimento sejam de baixo impacto e, principalmente, nos casos de médio potencial poluidor, a fazer a sua auto-declaração de potenciais impactos e isso ser o suficiente para ter a emissão eletrônica de licença”, ressaltou.

No documento, os promotores do MP relatam que a referida lei subtraiu do ordenamento jurídico ambiental do Estado da Bahia a competência licenciatória do órgão colegiado e também superior do sistema estadual de meio ambiente, e retirou a previsão normativa das consultas públicas prévias à audiência pública, afastando a sociedade da participação nas decisões de relevante interesse ambiental. Além disso, instituiu que a perfuração de poços tubulares poderá ser dispensada de outorga de direito de uso de recursos hídricos ou de manifestação prévia, contrariando o que dispõe a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei n° 9.433/97), que prescreve a obrigatoriedade de outorga para uso de águas subterrâneas através dos poços tubulares.

Fonte: Jornal da Midia

Veja mais: http://www.jornaldamidia.com.br/2013/01/15/nova-lei-ambiental-da-bahia-podera-ser-declarada-inconstitucional/

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Brasil propõe elevar metas de Kyoto gradativamente


São Paulo – Na tentativa de facilitar as negociações na COP18 a respeito dos compromissos de redução de emissões para a segunda fase do Protocolo de Kyoto – já apelidada pelos negociadores de Kyotinho –, o Brasil apresentou uma proposta no primeiro dia da reunião do segmento de Alto Nível, que aconteceu nesta terça-feira (04) com a presença de ministros e chefes de Estado.

A sugestão do nosso país é incluir no texto do documento do segundo período do acordo a possibilidade dos países signatários aumentarem gradativamente, ao longo dos anos, as metas de redução de emissões de gases do efeito estufa assumidas no tratado.
Dessa forma, as nações desenvolvidas poderiam, nesta COP, adotar compromissos mais tímidos, sem serem criticadas pelos países em desenvolvimento – e, principalmente, pelas ilhas, que pedem mais urgência na questão por estarem mais suscetíveis às consequências das mudanças climáticas. Isso porque, à medida que cumprirem suas promessas, as nações ricas assumiriam novas metas, até a implantação do acordo climático global, prevista para 2020.
“A ideia é que seja possível subir os valores das metas do Kyotinho a qualquer momento, sem ter de refazer a emenda ou passar por um novo processo de ratificação”, disse o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, negociador-chefe do Brasil na COP18, em coletiva de imprensa. Ele ainda explicou por que o país fez essa proposta: “O segundo período de compromisso é a chave dessa COP. Se ele não for feito aqui, temo que os outros elementos não aconteçam”.
A reunião do segmento de Alto Nível da Conferência está prevista para acontecer até esta sexta-feira (07).
Fonte: Exame

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Os 10 países mais afetados por eventos climáticos extremos; Brasil é o sexto na lista

Relatório alemão divulgado na COP18, que acontece em Doha, no Catar, lista as perdas humanas e os prejuízos econômicos nos países mais afetados por desastres climáticos. Brasil é o 6º na lista.


São Paulo – Relatório alemão divulgado para a COP18 aponta quais são as 10 nações que mais sofreram com eventos climáticos extremos em 2011.

A ideia é chamar a atenção dos negociadores que estão participando da Conferência no Qatar para a importância de debater não só a redução das emissões de gases do efeito estufa, mas também o investimento em ações de mitigação e adaptação às alterações do clima.

O Brasil aparece em 6º lugar no ranking.

1. Tailândia

Posição no ranking: 1º lugar
Número de mortos: 892
Perda de dinheiro: US$ 75,5 milhões

2. Camboja

Posição no ranking: 2º lugar
Número de mortos: 247
Perda de dinheiro: US$ 1 milhão

3. Paquistão

Posição no ranking: 3º lugar
Número de mortos: 585
Perda de dinheiro: US$ 5,8 bilhões

4. El Salvador

Posição no ranking: 4º lugar
Número de mortos: 35
Perda de dinheiro: US$ 1,6 bilhões

5. Filipinas

Posição no ranking: 5º lugar
Número de mortos: 1.659
Perda de dinheiro: US$ 1,1 bilhões

6. Brasil

Posição no ranking: 6º lugar
Número de mortos: 1.013
Perda de dinheiro: US$ 4,7 bilhões

7. Estados Unidos

Posição no ranking: 7º lugar
Número de mortos: 844
Perda de dinheiro: US$ 74,8 bilhões

8. Laos

Posição no ranking: 7º lugar
Número de mortos: 844
Perda de dinheiro: US$ 74,8 bilhões

9. Guatemala

Posição no ranking: 9º lugar
Número de mortos: 42
Perda de dinheiro: US$ 553 milhões

10. Sri Lanka

Posição no ranking: 10º lugar
Número de mortos: 106
Perda de dinheiro: US$ 602 milhõesnull

Fonte: Exame

Veja Mais: http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/os-10-paises-mais-afetados-por-eventos-climaticos-extremos#1

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Desmatamento deixa de ser aos poucos o vilão das emissões


São Paulo – Em 2012, o desmatamento deve dar adeus ao título de maior vilão das emissões de gases efeito estufa no Brasil. Na sequência, os setores de energia e agricultura se tornarão as principais fontes emissoras dos gases que contribuem para o aquecimento global.

É o que aponta um estudo preliminar e independente que o engenheiro florestal e consultor para florestas e clima do Ministério do Meio Ambiente Tasso Azevedo vai levar para a COP-18, em Doha, no Catar.
Os dados são de impressionar, a começar pela redução estimada das emissões totais: uma queda de incríveis 35% entre 2005 e 2011, isso durante um período em que as emissões aumentaram 9% em todo o mundo.

A queda do desmatamento foi de longe o fator que mais contribuiu para o país alcançar a taxa de fazer inveja. “Com esses números, estamos bem abaixo da meta de redução para 2020”, disse Azevedo à EXAME.com poucas horas antes de embarcar rumo à COP-18 nesta quarta. “O desafio agora é manter as taxas de desmatamento baixas e passar a combater outras fontes de emissões”.

Novos vilões, velhos problemas

De mãos dadas com os números otimistas, o estudo revela um dado perturbador. Deixando o desmatamento de fora dos cálculos, as emissões totais do Brasil, acredite, subiram no período analisado, puxadas pelas agricultura e o setor de energia, que inclui transportes.

Ao invés de cairem 35%, elas aumentaram 18%. “Ou seja, crescemos mais que a média global, de 9%”, destaca o especialista. Para se ter uma ideia, o estudo estima que, entre 2005 e 2011, a emissões do setor de energia cresceram 33%, as da agricultura, 6,7%, e as da indústria 16% – ao passo que as emissões do desmatamento caíram impressionantes 64%.

Os vilões das emissões têm nova cara. Em 2005, dois terços das emissões eram explicadas pelo desmatamento e em 2011 caiu para pouco mais de um terço. Já energia e agricultura passaram a responder por cerca de 56% das emissões. “O consumo de combustível pelo setor de transporte aumentou muito, assim como o uso de carvão mineral e as emissões da produção do petróleo”, explica.

E agora?

Na opinião do especialista, o momento é de buscar eficiência energética, tanto no setor de transporte como nas indústrias. Na prática, precisamos produzir mais, gerando menos emissões.

O estudo mostra que a quantidade de dólares em PIB gerada para cada tonelada emitida cresceu de forma significativa passando de pouco mais de US$ 200 por tCO2e (tonelada equivalente de CO2) em 2004 para quase US$ 1600/tCO2e em 2011.

“Isto quer dizer que estamos aumentando nossa eficiência econômica em relação as emissões, ou seja, geramos mais PIB por unidade de carbono emitida”, diz Azevedo. “Mas para a meta de redução ideal, precisamos gerar US$ 20 mil/tCO2e”, conclui.

Sem isso, o Brasil corre o risco de entrar novamente em uma saia-justa ambiental. Conforme o estudo, o crescimento das emissões nos setores de energia, agricultura, processos industriais e tratamento de resíduos devem levar ao crescimento das emissões nos próximos anos, devendo se aproximar ao valor da meta para 2020.

Fonte: Exame
Veja Mais: http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/desmatamento-deixa-de-ser-aos-poucos-o-vilao-das-emissoes?page=1

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Emissão global de gases-estufa continua crescendo

Os países estão emitindo mais gases-estufa do que deveriam, diz relatório divulgado ontem. Com isso aumenta o hiato entre as emissões globais e o limite recomendado pelo painel científico da ONU e referendado pelos governos.

Segundo o estudo “The Emissions Gap”, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a conta não fecha para impedir que a temperatura do planeta suba no máximo 2°C até o fim deste século. Perto de 8 bilhões de toneladas de CO2 estarão a mais na atmosfera em 2020. Isso se todos os governos cumprirem à risca o que estão prometendo. No melhor dos casos, isso levará o mundo a um aquecimento que pode bater em 5°C no final do século.

Segundo o estudo, os níveis de gases-estufa estão hoje 14% maiores do que deveriam. A concentração atual é 20% superior aos níveis de 2000. No mesmo relatório de 2011, sobravam 6 bilhões de toneladas de CO2 (ou 6 gigatoneladas) em 2100. A mensagem é clara: é preciso fazer muito mais.

É a terceira vez que o Pnuma lança esse relatório. Esta edição envolveu 55 cientistas de 20 países, sendo oito brasileiros. Eles projetaram as promessas de corte dos governos e cruzaram com dados de expectativas de crescimento dos países em desenvolvimento.

O estudo projeta cenários diferentes. Em um deles, as emissões de gases-estufa globais seriam de 58 gigatoneladas (Gt) em 2020, se não se tomarem medidas para reduzir as emissões (como combater o desmatamento ou tornar os carros menos poluentes). O relatório aponta que, para se chegar a 2°C em 2100, com 66% de probabilidade, o mundo deveria estar emitindo apenas 44 Gt de CO2 por volta de 2020. Atualmente as emissões globais batem em 50 gigatoneladas, segundo o relatório.

Fonte: Valor Economico

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

ONU: 2,7 milhões de mortes por falta de condições de saneamento

Mais de 2,7 milhões de pessoas, na maioria menores de cinco anos, morrem anualmente de doenças associadas à falta de instalações sanitárias, indicou a ONU por ocasião do Dia Mundial da Casa de Banho, que hoje se assinala.

Melhorar o saneamento e construir mais casas de banho salvaria milhões de vidas em todo o mundo e acabaria com uma importante fonte de desigualdades, estimam as Nações Unidas (ONU).
“A eliminação de desigualdades pode começar nos locais mais improváveis como a casa de banho”, considerou a relatora especial das Nações Unidas para o direito à água potável e a instalações sanitárias, a portuguesa Catarina de Albuquerque.

“O acesso a instalações sanitárias no mundo, mais do que outro qualquer serviço, fornece uma visão para a grande diferença entre os que ‘têm’ e os que ‘não têm’”, acrescentou, sublinhando que não ter uma casa de banho é quase exclusivamente “um fardo” dos pobres.

Apenas uma em cada três pessoas no mundo tem acesso a casa de banho, enquanto mais de mil milhões continuam a fazer as necessidades ao ar livre, lembrou.

A falta de instalações sanitárias não torna apenas os pobres doentes, como diminui as já limitadas possibilidades, forçando-os a ficarem afastados da escola e do trabalho, acrescentou.

Segundo as Nações Unidas, anualmente, as crianças perdem 272 milhões de dias de escola devido a doenças relacionadas com a falta de água potável e instalações sanitárias e as pessoas que são forçadas a esconder-se para fazer as necessidades são frequentemente vítimas de violência.

O mais recente relatório elaborado por Catarina Albuquerque para a Assembleia Geral das Nações Unidas apela para a eliminação das desigualdades no acesso à água e a instalações sanitárias.

“Não se trata apenas de assegurar o direito a instalações sanitárias, mas é também crucial para o acesso a outros direitos como o direito à saúde, à educação, ao trabalho e o direito a uma vida digna”, disse.

Fonte: Diário Digital/Lusa

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Água disponível no mundo vive efeito "James Bond"

Apenas 0,007% deste recurso está disponível de forma sustentável, afirma vice-presidente do Conselho Mundial da Água, o que torna cada gota uma questão política urgente.

O acesso a água é um direito humano universal, mas uma em cada sete pessoas no mundo não tem acesso a este recurso tão essencial à vida, enquanto 15% da população vive sem esgoto tratado. Se ainda hoje, quando somos 7 bilhões de pessoas, não conseguimos sanar esse mal, como assegurar que as próximas gerações tenham o básico?

Foi com esse pensamento que o vice-presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, abriu o EXAME Fórum Sustentabilidade, na manhã desta quarta-feira em São Paulo. Há motivos para preocupação, afinal apenas 2,5% da água que cobre o planeta é doce, mas na prática, apenas uma fração mínima está disponível para a população de forma sustentável: ínfimos 0,007%. "É o que chamo de efeito James Bond", disse Braga.

Segundo o especialista, a gestão deste recurso natural é cada vez mais uma questão eminentemente política, principalmente para os países em desenvolvimento. Mais do que descobrir formas de fazer um uso sustentável deste recurso, o terceiro mundo precisa se unir para encontrar soluções.
"A fragmentação institucional da gestão hídrica nos países em desenvolvimento é um problema a nível nacional e internacional. Pelo menos 40% da população humana vive em bacias e rios compartilhados por dois ou mais países", pontuou Braga. "Para rios transfronteiriços, a questão da gestão do recurso é uma barreira politica de difícil transposição".

Síria e Iraque, dois países que dividem os rios Tigre e Eufrates, é um exemplo do tamanho do desafio. "A disposição de sentar à mesa para discutir a gestão do recurso hídrico está longe de sair do papel", sublinhou.

A tarefa não é simples, mas é preciso avançar. A segurança hídrica é uma questão sensível nessas regiões, especialmente, no continente africano, onde a baixa incidência de chuva resulta em crescimento pífio do PIB, segundo Braga.

"Nos países desenvolvidos, o potencial hidroelétrico já foi quase totalmente desenvolvido. Na América do Sul, é de 70%, mas na África, não passa de 10%", destacou.

Um maior envolvimento do setor privado poderia ajudar a equacionar esse problema, mas a dificuldade de remuneração de capital na ceara hídrica afasta o setor de negócios. "Daí se explica porque instituições publicas tem tido maior envolvimento, mas é preciso avançar. E a parceria público-privada pode ser um caminho promissor", concluiu.

Fonte: Exame.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Comércio internacional de lixo já preocupa governos

Remonta à Idade Média o ditado popular que diz que o lixo de um homem é o tesouro de outro. Hoje em dia, o “lixo” de um país passa a ser a riqueza de outro: nações exportam a cada ano centenas de toneladas de materiais que não desejam mais.

O comércio é feito de forma legal e ilegal, segundo autoridades, e causa ganhos e perdas. O governo brasileiro, por exemplo, trabalha para diminuir a quantidade dos resíduos trazidos de fora.

No Brasil, segundo o Ministério do Meio Ambiente, resíduos sólidos são divididos entre os que podem ser importados (sucata metálica, resíduos de PET e alumínio, entre outros); os que estão proibidos (metais pesados como chumbo, mercúrio e cádmio e eletrônicos usados, entre outros); e os que têm a importação controlada caso a caso.

Materiais que já são reciclados ou coletados por aqui são importados por dois motivos: é mais barato ou a capacidade de reciclagem não atende às necessidades da indústria. “Quando os resíduos estão dentro das regras, a legislação brasileira permite esse tipo de importação”, explica a gerente de resíduos perigosos do Ministério do Meio Ambiente, Zilda Veloso.

Ela afirma, porém, que o governo sabe que há importadores que aproveitam para trazer materiais que não seriam aprovados, declarados como resíduos legais. É o caso de contêineres com lixo hospitalar que chegaram a Pernambuco ano passado, vindos dos EUA.

Em relação a resíduos com utilidade para a indústria, o governo pretende até 2014 diminuir a necessidade de importação. Uma das estratégias é obrigar municípios a adotar coleta seletiva, com a participação de catadores. Outra é estender a logística reversa — obrigatoriedade de fabricantes arcarem com embalagens — a mais produtos.

No caso do alumínio, a importação é necessária

Você sabe de onde saiu a latinha de cerveja que pretende beber hoje? São cada vez maiores as chances de ela ser feita de metal reciclado de fontes tão distintas como Estados Unidos, Albânia ou Oriente Médio. O motivo é que, mesmo com grandes índices de reciclagem, a indústria do alumínio precisa importar 40 mil toneladas de material por ano devido ao aquecimento da economia.

Na semana passada, a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade informaram que o país reciclou 248,7 mil toneladas de latas de alumínio para bebidas, das 253,1 mil disponíveis no mercado em 2011. Ainda assim, o número não basta para abastecer a indústria.

Trazer de fora, segundo especialistas, ajuda ainda economizar a energia gasta na fabricação inicial das latas — a usada nas recicladas é 95% menor.

“As empresas que processam as latas têm capacidade instalada maior do que 100% do que é recolhido. Importar, então, se justifica do ponto de vista econômico e ambiental”, explica o coordenador da Comissão de Reciclagem da Abal, Carlos Roberto de Moraes.

Fonte: O Dia

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Em semana sem mensalão, STF julga se proíbe amianto no Brasil

Supremo realizou audiência pública no fim de agosto sobre o tema.
Para entidades, o material, usado para fabricar telhas, é lesivo às pessoas.
Na semana em que o julgamento do processo do mensalão está paralisado em razão de uma viagem do relator para tratamento médico, o Supremo Tribunal Federal (STF) se reúne nesta quarta-feira (31) para decidir se o uso do amianto, utilizado para a fabricação de telhas e caixas d´água, deve ser proibido no Brasil. A expectativa é de que a discussão comece nesta quarta, mas não seja concluída.

Três ações sobre o amianto estão na pauta do Supremo. Uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) foi protocolada pela Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e pela Associação Nacional Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra). O relator é o presidente do Supremo, ministro Carlos Ayres Britto, que se aposenta até o dia 18 de novembro.

Segundo o processo, as entidades questionam a lei nacional que disciplina a extração, industrialização, utilização e comercialização do amianto da variedade crisotila, o utilizado para fabricação de materiais de construção. Para as associações, o amianto é lesivo à saúde humana, mesmo em parâmetros controlados. A legislação autoriza o uso do amianto com restrições e garantia da proteção de saúde do trabalhador.

A Advocacia Geral da União opinou pela continuidade do uso do amianto no Brasil, mas a Procuradoria Geral da República opinou pela proibição do produto.

Outra ação, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), também da relatoria de Ayres Britto, questiona a proibição da produção e comercialização de itens à base de amianto no Rio Grande do Sul. A entidade pede que a lei seja revogada em razão da regra nacional que autoriza o amianto.

O último processo, de relatoria do ministro Marco Aurélio Mello, questiona lei de São Paulo que proíbe o uso de amianto. A autora da ação também é a CNTI. Sobre esta ação, o Supremo realizou no fim de agosto uma audiência pública para ouvir diversos especialistas sobre o uso do amianto. Na discussão, integrantes de diferentes ministérios do governo federal divergiram sobre o amianto.

O ministro Marco Aurélio Mello não crê que a discussão sobre o amianto se encerre nesta quarta em razão da `complexidade` do tema. Ele lembrou que a audiência pública serviu para se ter ideia da repercussão do amianto. `É preciso saber se, sopesando valores em jogo, como meio ambiente, saúde, se é o caso ou não de se proibir terminantemente a comercialização. Para se ter ideia, temos ministérios com posições conflitantes.`

Ele explicou que a ação de relatoria de Ayres Britto será analisada primeiro. `Se dissermos que pode ser comercializado o amianto no país, aí vamos decidir se o estado pode proibir dentro da região geográfica o amianto.`

O ministro lembrou ainda que, em aspectos econômicos, uma eventual proibição do amianto pode prejudicar os mais pobres. `O produto do amianto é mais acessível financeiramente, então os menos abastados podem ser prejudicados`, disse. `O julgamento promete discussões maiores`, completou.

Fonte: G1

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Mundo joga no lixo quase seis `Brasis` de gás natural

Num planeta onde um em cada cinco vive sem luz, empresas e países não podem se dar ao luxo de desperdiçar energia, diz Banco Mundial, que pede redução de 30% na queima até 2017


O que hoje é uma enorme perda de recurso natural – a queima de gás natural associada à produção de petróleo – deve ser transformado em investimentos para o desenvolvimento sustentável. Em um apelo divulgado por nota oficial, o Banco Mundial diz que mundo tem o desafio de reduzir o volume de gás natural queimado em 30% até 2017.

Em 2011, a queima do combustível somou 140 bilhões de metros cúbicos – isso é quase seis vezes a produção recorde brasileira de gás natural, registrada no mesmo período. Com a redução defendida pelo Banco, o desperdício global do insumo cairia para 100 bilhões de metros cúbicos nos próximos cinco anos.

Do ponto de vista ambiental, a redução das emissões de CO2 resultante equivaleria à retirada de 60 milhões de carros das estradas – na prática, seria como varrer do mapa 90% da frota de veículos da cidade de São Paulo.

“Um corte de 30% em cinco anos é uma meta realista`, disse Rachel Kyte, vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável do Banco. `Hoje, uma em cada cinco pessoas no planeta não tem eletricidade. Nós simplesmente não podemos nos dar ao luxo de continuar desperdiçando esse gás”, sublinha.

Segundo estimativa do Banco, se todo o gás queimado fosse comercializado, as transações seriam da ordem de 50 bilhões de dólares. Então por que isso não acontece? Um dos motivos é que o gás natural ainda não é visto como um mercado atrativo e, para tornar sua comercialização viável, as empresas e governos precisam investir na criação de estruturas de estocagem e escoamento, como gasodutos.

Por meio do seu programa Parceria Global para Redução da Queima de Gás (GGFR, da sigla em inglês), a entidade visa aproximar iniciativa privada e poder público em diversos países do mundo na tentativa de transformar o desperdício em investimento.

No curso de seis anos, a iniciativa já ajudou a reduzir a queima de gás em 20%, um corte que se traduz na prevenção da emissão de 274 milhões de toneladas de emissões de CO2, equivalente ao emitido por 52 milhões de carros.

Para aumentar a redução de queima de gás, países e empresas precisam trabalhar juntos para alimentar os mercados de gás e construir infraestrutura adequado. `Os parceiros podem aproveitar as oportunidades de negócios e ao mesmo tempo ampliar o acesso das populações mais carentes”, disse Kyte. Um exemplo do desperdício é a Nigéria, o segundo país que mais queima gás natural no mundo, apenas atrás da Rússia. Apesar do governo ter proibido a prática por lá, as autoridades estaduais e municipais ainda falham na hora de obrigar as empresas a cumprir a regra.

Fonte: Exame

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Parque em aterro exige análise detalhada de contaminação

Pesquisa da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP aponta que o projeto de implantação de parques públicos em áreas que abrigavam lixões ou aterros controlados deve ser feito somente após uma investigação detalhada dos riscos de contaminação. A geóloga Luzia Helena Barros analisou a criação de dois parques na cidade de São Paulo e verificou as mudanças na legislação e no controle do poder público para evitar que os frequentadores sejam afetados pelos resíduos existentes nos antigos aterros.

Os parques analisados foram o Raposo Tavares (zona oeste), implantado em 1981, com 195 mil metros quadrados de área, e o Parque Jardim Primavera, na Vila Jacuí (zona leste), com 122 mil metros quadrados (m2), atualmente em fase final de instalação. “Na época da implantação do Parque Raposo Tavares não havia legislação que exigisse a investigação sobre níveis de contaminação”, aponta Luzia. “A própria criação oficial do parque acontece apenas em 2008, com o decreto municipal 50.289”.

As análises envolvem investigação do subsolo e das águas subterrâneas e de córregos próximos, para verificar índices de contaminação. Também é feita a medição de gases, em especial da disponibilidade e da emissão de metano, formado a partir da degradação do lixo. “Se o gás estiver no solo ele pode migrar e na presença de uma fonte de ignição, pode explodir”, observa a geóloga.

No caso do Parque Raposo Tavares, uma reforma foi realizada em 2005, para abrir caminhos para os frequentadores, colocar pisos drenantes e mais equipamentos de lazer. “No entanto, até hoje não foi feita nenhuma medição da contaminação, apesar do potencial de risco ser conhecido pela administração do parque”, afirma Luzia. “A própria remoção de material superficial pode expor resíduoacumulados no solo e há necessidade de drenagem específica para remover o chorume, líquido oriundo do lixo degradado”.

Controle

A exigência de investigações ambientais em áreas degradadas surgiria apenas em 2002, com o decreto municipal 42.319, que criou o Cadastro de Áreas Contaminadas e Suspeitas de Contaminação. “Foi criado um grupo específico dentro da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente (SVMA), o Grupo Técnico Permanente de Áreas Contaminadas (GTAC), para estabelecer procedimentos de prevenção e controle”, conta a geóloga. “A lei municipal 13.564, de 2003, incluiu as áreas potencialmente contaminadas no cadastro e criou a exigência de Laudo Técnico de Avaliação de Risco para empreendimentos em áreas com possível contaminação”.

Antes da elaboração do projeto do Parque Jardim Primavera, criado pela lei 13.308 em 2002 e implantado sobre o antigo aterro Jacuí, o GTAC, vinculado ao Departamento de Controle da Qualidade Ambiental da SVMA, realizou a avaliação confirmatória e de risco à saúde humana.“Os resultados foram encaminhados para o Departamento de Parques e Áreas Verdes (Depave), responsável pelo projeto do parque”, conta Luzia. “Devido a identificação de contaminação em algumas regiões do aterro e de metano na massa de resíduos foi necessário fazer um zoneamento para evitar escavações que pudessem expor detritos e delimitar áreas a serem recobertas com solo argiloso e gramíneas ou isoladas”.

A investigação também serviu de subsídio para o arquiteto que projetou o parque para planejar revestimentos nos caminhos que dificultassem a exposição superficial do lixo degradado. “A administração municipal decidiu implantar o parque em duas etapas, iniciando-a pelo trecho onde não houve disposição de resíduos”, relata a geóloga. “Entretanto, as escavações revelaram indícios de contaminação, obrigando a paralisação da obra e a realização de análises mais detalhadas, que demandaram alterações no projeto”.

As obras recomeçaram no final de 2010 e a primeira etapa foi concluída, mas a implantação da segunda fase foi embargada pelo Ministério Público em março deste ano, devido a não instalação de sistema de extração de gases. Não há previsão para retomada das obras e a inauguração do parque.

De acordo com Luzia, o uso de antigos aterros para criar parques visa oferecer a população mais áreas verdes e de lazer, especialmente na periferia. “Mas como são locais degradados, em que houve despejo indiscriminado de lixo, é necessário controle para evitar contaminação”, destaca. “As investigações devem atingir o maior detalhamento possível e a implantação também pode servir de laboratório para identificar espécies vegetais mais adequadas para a cobertura do solo”.

Fonte: Exame

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Escassez de água vai atingir 10 bacias mundiais

O relatório da ONU, publicado recentemente, não traz notícias felizes, no que toca ao tema da água. O documento, preparado pelo Instituto da Água, Meio Ambiente e Saúde da Universidade das Nações Unidas, em parceria com Programa da ONU para o Meio Ambiente e o Global Environmental Facility. É o resultado da análise de 200 grandes projectos mundiais relacionados com o meio aquático. A conclusão é que em 2050 acontecerá uma grave escassez de água em sete das dez principais bacias fluviais do mundo, nas quais residem uma quarta parte da população mundial.
 
 O relatório fala de uma «bancarrota de água», devido a problemas como a urbanização e a actividade económica nas principais bacias fluviais do mundo e o aquecimento das águas oceânicas.

Mas nem tudo são más notícias: na 4ª edição do relatório sobre o desenvolvimento mundial da água, lançado no 6º Fórum Mundial da água em Marselha (França),pode ler-se que a redução do consumo total de água acontece decido a um aumento de eficiência, factores económicos, regulação e maior consciência de que é preciso poupar água.

Ainda assim, as alterações climáticas não deixarão de ter impactes sobre os recursos hídricos, o que vai levar, nomeadamente, a menos disponibilidade de água para a agricultura e menos potência hidroelétrica. 

Em Portugal, assim como na Ásia Central, Grécia, Itália e Espanha, o consumo de água para agricultura é de uma média de 50 a 60 por cento.

Atualmente, só na Europa existem cerca de 120 milhões de pessoas que não têm acesso a água potável.

Fonte: Portal Ambiente Online

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Bahia terá mais secas e menos água no futuro, dizem especialistas


A mesma constatação é feita pela pesquisa do professor Fernando Genz, doutor em Geologia e membro do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Escola Politécnica da Ufba (Universidade Federal da Bahia). Segundo o estudo, a temperatura na Região Metropolitana de Salvador vai aumentar entre 1,1ºC e 1,5ºC até 2040 (em relação à média registrada entre 1961/1990). No interior do estado, a elevação média será de 2ºC no mesmo período.


Entre 2041 e 2070, o aumento será de 2ºC a 3,5ºC. “Essas simulações levam em conta as emissões dos gases de efeito estufa e aerossóis e são baseadas nos cenários do relatório do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima)”, explica o pesquisador.  Nos estudos de Genz, as simulações de temperatura atuais são praticamente idênticas às medições reais. Portanto, o grau de acerto da pesquisa é grande.

No cenário mais otimista, a partir de 2070 haverá uma estabilização no uso dos combustíveis fósseis, o que contribuiria para a diminuição do efeito estufa e, consequentemente, do aquecimento global. “Mas não estamos vendo nada nesse sentido. Pelo contrário. As emissões atuais registradas estão acima das simulações mais pessimistas. A situação é grave porque há resistências dos países mais poluidores em aderir a acordos ambientais”, diz Genz, citando exemplos dos Estados Unidos e da China.



Impacto no litoral 
Além do aumento da temperatura, outro problema provocado pela interferência negativa do homem sobre o meio ambiente é a redução das precipitações, ou seja, das chuvas. Embora não haja estudo científico profundo apontando as causas da seca que castigou a Bahia e o Nordeste em 2012, a mais dura dos últimos 47 anos, os pesquisadores acreditam que o fenômeno é resultado das mudanças climáticas.

Segundo dados do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), nos últimos dez anos houve uma redução média de 268 milímetros de chuva em Salvador. A pesquisa do professor Fernando Genz aponta para um cenário ainda pior. “Essa redução deve ser de 10% no litoral a 20% na região mais seca entre 2011 e 2040. Já entre 2040 a 2070, ela será de até 50% no semiárido e 40% em outras regiões do estado. Isso seria bastante grave”, alerta.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) tem  trabalhos que demonstram que  o Nordeste deve sofrer ainda mais com as próximas secas, graças ao aumento constante da temperatura, desertificação (quando o solo é transformado em deserto por ação humana ou processo natural), redução da quantidade de chuva e da umidade.

Prevenção 
A pesquisa da engenheira ambiental Samara Fernanda da Silva sugere um controle maior dos recursos hídricos.  Ela afirma que o plano municipal de saneamento básico de Salvador, em fase de elaboração pela Secretaria de Transportes e Infraestrutura (Setin) continua desconsiderando o fenômeno das mudanças climáticas.

O governo da Bahia também não tem planejamento voltado para os efeitos das mudanças climáticas na Bahia. Alguns estados brasileiros contam com apoio de instituições, como Embrapa, para desenvolver novas técnicas e equipamentos para enfrentar os desdobramentos do clima, inclusive na produção de alimentos.

Nos EUA, pesquisas revelam que ondas de calor e outros eventos climáticos não aconteceriam se não fosse o aquecimento global. Cada vez é maior a crença da comunidade científica de que o aquecimento é uma doença que precisa ser tratada com urgência. Ou então, já vimos o que pode acontecer nas telas de cinema...

Fonte: Correio24horas



segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Estudo alerta para risco de 'falência' de água em várias regiões do planeta

Um estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em parceria com outras instituições avaliou cerca de 200 projetos ligados à água realizados nos últimos 20 anos em todo o planeta. O relatório alerta para o risco de uma "falência" da água em várias regiões do globo. Entre os fatores que geram problemas, o Pnuma destaca políticas e decisões erradas tomadas por agentes sociais, como governos, empresas e organizações locais de comércio, de pescadores ou agricultores.
O impacto dessa "falência" é negativo "para a segurança alimentar e de energia, para a adaptação às mudanças climáticas, para o crescimento econômico e para a segurança humana", aponta o estudo.



Um dos exemplos é o Lago Chade, um dos maiores da África e importante economicamente para a população de quatro países: Camarões, Níger, Nigéria e Chade. De acordo com a pesquisa, o lago encolheu consideravelmente nos últimos 40 anos e está mais raso, com profundidade de 11 metros. O uso intensivo das águas para irrigação desde a década de 1970 e a pesca local contribuíram para a diminuição do lago, que também não tem sido abastecido com chuvas como era no passado. Os agricultores que precisam dele para suas plantações correm risco se o nível de espelho d'água não for recuperado, aponta o levantamento.

Uma questão sensível para o Brasil, que abriga boa parte do Aquífero Guarani, uma das maiores reservas naturais de água do mundo, é a dificuldade que a população local e o poder público de vários países têm para entender a limitação da capacidade de recuperação dos aquíferos, aponta o levantamento.
Bacias hidrográficas têm sofrido pressão crescente devido à urbanização das cidades, aumentando a escassez de água e a baixa qualidade do líquido disponível, segundo o estudo.

A queda no nível de oxigênio dissolvido nos oceanos também preocupa os autores. Em 2008, mais de 400 "zonas mortas" marítimas foram identificadas, totalizando 245 mil km² de áreas com pouco ou nenhum oxigênio disponível para a vida marinha.

No total, os projetos estudados tiveram mais de US$ 7 bilhões investidos, de acordo com o Pnuma. Casos bem-sucedidos também são analisados, como o manejo da bacia do Rio da Prata, que inclui países da América do Sul como Argentina e Brasil.

Fonte: G1