Num planeta onde um em cada cinco vive sem luz,
empresas e países não podem se dar ao luxo de desperdiçar energia, diz
Banco Mundial, que pede redução de 30% na queima até 2017
O que hoje é uma enorme perda de recurso natural – a queima de gás natural associada à produção de petróleo – deve ser transformado em investimentos para o desenvolvimento sustentável. Em um apelo divulgado por nota oficial, o Banco Mundial diz que mundo tem o desafio de reduzir o volume de gás natural queimado em 30% até 2017.
Em 2011, a queima do combustível somou 140 bilhões de metros cúbicos – isso é quase seis vezes a produção recorde brasileira de gás natural, registrada no mesmo período. Com a redução defendida pelo Banco, o desperdício global do insumo cairia para 100 bilhões de metros cúbicos nos próximos cinco anos.
Do ponto de vista ambiental, a redução das emissões de CO2 resultante equivaleria à retirada de 60 milhões de carros das estradas – na prática, seria como varrer do mapa 90% da frota de veículos da cidade de São Paulo.
“Um corte de 30% em cinco anos é uma meta realista`, disse Rachel Kyte, vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável do Banco. `Hoje, uma em cada cinco pessoas no planeta não tem eletricidade. Nós simplesmente não podemos nos dar ao luxo de continuar desperdiçando esse gás”, sublinha.
Segundo estimativa do Banco, se todo o gás queimado fosse comercializado, as transações seriam da ordem de 50 bilhões de dólares. Então por que isso não acontece? Um dos motivos é que o gás natural ainda não é visto como um mercado atrativo e, para tornar sua comercialização viável, as empresas e governos precisam investir na criação de estruturas de estocagem e escoamento, como gasodutos.
Por meio do seu programa Parceria Global para Redução da Queima de Gás (GGFR, da sigla em inglês), a entidade visa aproximar iniciativa privada e poder público em diversos países do mundo na tentativa de transformar o desperdício em investimento.
No curso de seis anos, a iniciativa já ajudou a reduzir a queima de gás em 20%, um corte que se traduz na prevenção da emissão de 274 milhões de toneladas de emissões de CO2, equivalente ao emitido por 52 milhões de carros.
Para aumentar a redução de queima de gás, países e empresas precisam trabalhar juntos para alimentar os mercados de gás e construir infraestrutura adequado. `Os parceiros podem aproveitar as oportunidades de negócios e ao mesmo tempo ampliar o acesso das populações mais carentes”, disse Kyte. Um exemplo do desperdício é a Nigéria, o segundo país que mais queima gás natural no mundo, apenas atrás da Rússia. Apesar do governo ter proibido a prática por lá, as autoridades estaduais e municipais ainda falham na hora de obrigar as empresas a cumprir a regra.
Fonte: Exame
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