Mostrando postagens com marcador relatório. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador relatório. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Investir no acesso universal à água resultaria em um ganho de US$ 220 bilhões.


A escassez de água poderá prejudicar o crescimento econômico mundial nas próximas décadas, alertou um relatório produzido pela consultoria Frontier Economics em parceria com o banco HSBC. O documento ressalta que para evitar o pior a saída é simples: investir na distribuição, saneamento e tratamento.

 


A escassez de água poderá prejudicar o crescimento econômico mundial nas próximas décadas, alertou um relatório produzido pela consultoria Frontier Economics em parceria com o banco HSBC. O documento ressalta que para evitar o pior a saída é simples: investir na distribuição, saneamento, tratamento e economia do recurso.
A previsão do relatório é a de que, em 2050, as dez bacias hidrográficas mais populosas do mundo (rios Ganges, Yangtzé "rio Azul", Indo, Nilo, Huang He "rio Amarelo", Huai, Níger, Hai, Krishna e Danúbio) serão responsáveis por gerar um quarto do PIB (Produto Interno Bruto) de todo o mundo. Atualmente, essas regiões produzem 10% do PIB global.
Esse crescimento, contudo, está sujeito às modificações necessárias no manejo hídrico dessas bacias. O consumo insustentável de água poderá ameaçar essa projeção – deixando o cenário bem mais sombrio: a escassez do recurso em pelo menos sete das dez bacias, incluindo a dos rios Ganges, Amarelo e Níger.

Investimento
Assim, o relatório afirma que é necessário investimento maciço nos recursos hídricos, possibilitando a melhora no tratamento, a economia de água e em sua utilização na agricultura, indústria e residências. O documento indica ainda que os gestores devem compreender a relação entre a água, a produção de alimentos, a energia e as mudanças climáticas, além de procurar formas de atrair investimentos para aperfeiçoar a infraestrutura hídrica.
Se o alto investimento necessário pode ser considerado um entrave para os governantes, o retorno é bem atrativo. Segundo o relatório, investir no acesso universal à água resultaria em um ganho econômico mundial de US$ 220 bilhões por ano. Os países poderiam ter um retorno de US$ 5 para cada US$ 1 gasto, embora na América Latina esse retorno possa chegar a US$ 16, e alguns países africanos em três anos já teriam retorno do investimento.
“[Os investimentos em água] são ativos de longa vida bastante seguros, então não há muito risco aí. Mas você realmente precisa dar aos investidores garantia de que os ativos estão a salvo”, declarou Nick Robins, diretor do Centro de Excelência em Mudanças Climáticas do HSBC. A corporação pretende investir US$ 100 milhões no acesso à água nos próximos cinco anos.

Fonte: IBahia.

 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Mundo vive “estresse hídrico” e nem as grandes economias escapam, alerta estudo.

A equação é de assustar. Embora repleto de rios, mares e oceanos, o planeta Terra tem apenas 3% de água doce disponível para o consumo de cerca de 7 bilhões de pessoas. Abundante em alguns países, escasso em outros, esse recurso natural essencial para a sobrevivência humana é usado intensamente pela agricultura, indústria e em atividades domésticas – só que de forma cada vez mais insustentável.
É o que alerta um novo relatório da consultoria britânica de risco Maplecroft, que avaliou a pressão sobre a demanda de água em mais de 160 países. O resultado precoupa. Economias em crescimento como China e Índia, e até mesmo a maior do mundo, Estados Unidos, são identificadas pela empresa de análise tendo grandes regiões geográficas e setores da economia onde a demanda de água está superando a oferta.
Segundo a Maplecroft, a situação tem o potencial de limitar o crescimento econômico, restringindo atividades empresariais e agrícolas. E à medida que aumenta a insegurança hídrica, cresce também o medo em relação à capacidade de produzir alimentos suficientes para alimentar o mundo.


China
Atenta à questão, a China está tomando medidas importantes para minimizar os riscos de escassez de água em suas províncias através de um ambicioso projeto de desvio destinado a bombear água do rio Yangtze para Pequim através de uma série de canais, que garantem o abastecimento de um quarto da água da cidade até 2014. No entanto, devido à espiral crescente de custos – até agora já foram gastos US$ 22 bilhões - e incertezas sobre os efeitos futuros da mudança climática sobre o abastecimento de água no sul do país, veem surgindo dúvidas sobre a sustentabilidade da empreitada no longo prazo.

Índia
A Índia, por sua vez, extrai mais água subterrânea do que qualquer outro país do mundo. Na média global, 56% dessa água é usada na agricultura. Acontece que na Índia essa parcela vai a 90%, devido às condições climáticas da região. Como um dos maiores produtores de arroz, trigo, batata e cana-de-açúcar em todo o mundo, o uso continuado insustentável de fornecimento de água subterrânea tem o potencial de reduzir as colheitas agrícolas, com implicações desastrosas para os preços globais dos alimentos.

"O bombeamento de águas subterrâneas é uma opção politicamente atraente para aliviar questões de curto prazo de estresse hídrico, mas tem graves consequências a longo prazo", afirma Charlie Beldon, analista da Maplecroft. "As fontes podem secar ou água salgada pode acabar sendo ‘arrastada’ para a oferta, tornando o recurso inútil para o consumo comercial, doméstico e agrícola".

Estados Unidos
Embora os EUA sejam classificados pela Maplecroft como "risco médio", grandes áreas do país já estão sofrendo com o esgotamento das reservas de água do solo, incluindo estados como Arizona, Califórnia, Kansas, Nebraska, Novo México e Texas. De acordo com o estudo, o Aquífero Ogallala, que se estende pelas regiões altas de planícies dos EUA, é responsável por 30% do fornecimento de água para irrigação total no país.
No entanto, a fonte está se esgotando rápido. Ao menos 15% da produção de milho e trigo nacional, bem como 25% das culturas de algodão, dependem dele. Os efeitos sobre a produção agrícola dos Estados Unidos precoupam, já que póderiam causar uma inflação significativa nos mercados globais de commodities. “Os efeitos do estresse hídrico sobre a inflação mundial de alimentos são ilustrados pelos recentes aumentos dos preços para a soja”, diz o estudo.

Onde a corda arrebenta
Há um dito popular que diz que "a corda sempre arrebenta do lado mais fraco...". Essa frase reflete bem a situação atual de “estresse hídrico” do mundo. A falta de acesso à água potável vem pesando sobre os países mais pobres ou marcados por histórico de conflitos militares, instabilidades políticas e sociais. Segundo o levantamento da Maplecroft, os países do Oriente Médio e África são os mais vulneráveis à falta de água. Nessas regiões, cada gota pode emergir como uma nova fonte de instabilidade.

Em alguns dos maiores produtores de petróleo do mundo, como Kwait e Arábia Saudita, a escassez de água vem se tornando crítica há gerações. Primeiro colocado na lista de 10 países em “risco extremo”, Bahrein, no Golfo Pérsico, usa águas subterrâneas para a prática da horticultura, porém, em quantidade insuficiente para atender toda a população. A deterioração dos lençóis subterrâneos de água já é uma das principais preocupações nacionais.

Fonte: Exame.com