Número de casas ligadas ao fornecimento de rede de esgoto teve expansão, com variação de 81,1% em dez anos
Serviços públicos, como abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de resíduos implicam em uma cidade mais saudável e em uma melhor qualidade de vida para a população. Em Fortaleza, no entanto, 24,95% dos domicílios (177.167) não estão cobertos nem pela rede geral de esgotos e nem por fossas sépticas (107.252). Esta última apresenta 15,1% de cobertura.
Pesquisa aponta que a cidade de Fortaleza ainda precisa de avanço para proporcionar melhor qualidade de vida à população, no entanto, mostra crescimento nos dados relacionados ao abastecimento de água e energia FOTO: VIVIANE PINHEIRO
Ainda assim, o número de domicílios ligados ao fornecimento de rede de esgoto apresentou expansão significativa, com variação de 81,1% em uma década. Enquanto no ano 2000 a cobertura contemplava 233.586 domicílios (44,4%), em 2010, era 422.936 (59,6%), de acordo com dados divulgados, ontem, pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), tendo como base o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000 e 2010.
Apesar dos avanço, os indicadores mostram que 40% dos domicílios continuam descobertos por um esgotamento sanitário ligado à rede geral ou fluvial. O professor de Gestão Ambiental e Segurança do Trabalho do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Gemmelle Oliveira Santos, comenta que a expansão da rede de esgotamento sanitário em Fortaleza ainda é um desafio, e que é preciso eliminar o uso de fossas sépticas e outras opções rudimentares ainda usadas. Em algumas ruas da cidade, destaca o especialista, existe rede de esgotamento sanitário, mas não possui interligação do domicílio a essa rede, já que alguns custos estão envolvidos nesse processo e ficam por conta do residente, o que as vezes é inviável.
Abastecimento
Por outro lado, o abastecimento adequado de água - ligado à rede geral - contempla 662.543 domicílios (93,3%), enquanto, no ano 2000, era 458.819 (87,2%). O índice representa avanço de 44,4% em uma década, ficando com a 9ª maior expansão de domicílios das capitais brasileiras.
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) comentou, em nota, que os dados apontam o resultado positivo de investimentos que vêm sendo realizados nos últimos dez anos pelos governos Federal, Estadual e pela Cagece, no setor de saneamento. Segundo o órgão, Fortaleza possui 98,46% de cobertura da rede de água, podendo-se considerar um serviço praticamente universalizado na Capital.
Sobre o acesso dos domicílios à rede de esgoto, a Cagece diz que, nos últimos anos, investimentos foram aplicados na área de esgotamento sanitário através de projetos como o Sanear I e II e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Saneamento, que elevaram a cobertura de esgotamento sanitário na Capital para 53,62%.
Serviço
A meta da Companhia é atingir a universalização do serviço até 2020, através de obras que estão em andamento. A exemplo, cita a do Macrossistema de Esgoto, esgotamento das bacias do Rio Cocó e outras que estão em fase de captação de recursos e elaboração de projetos.
"A Cagece destaca o papel importante do seu trabalho de educação socioambiental, que leva para a população informações sobre a importância da utilização das redes de água e esgoto para a saúde e a preservação dos recursos naturais", diz em nota.
Outro resultado satisfatório que a pesquisa aponta em Fortaleza é o aumento de 35,3% no número de domicílios que tinham energia elétrica na última década, ocupando a 13ª posição no ranking das capitais brasileiras. Fortaleza passa de 523.080 domicílios cobertos (99,4%) em 2000, para 707.938 (99,7%) em 2010, atingindo quase a totalidade dos domicílios abastecidos com energia elétrica.
Analisando os domicílios com coleta de lixo, observa-se que a cidade conseguiu aumentar o número de beneficiados, passando de 500.954, em 2000, para 701.160, em 2010, apresentando o terceiro melhor desempenho entre as grandes capitais, atrás de Manaus e Brasília.
Gemmelle Oliveira avalia que o aumento da cobertura dos serviços públicos de abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de resíduos deve amenizar a ocorrência de determinadas doenças de veiculação hídrica e relacionadas à sobrevivência de micro e macrovetores, como bactérias, fungos, ratos, baratas e moscas nos resíduos. "Esses três serviços trazem a vantagem de se melhorar a estética e higiene da cidade", frisa.
Fornecimento
93% das residências da cidade possuem abastecimento adequado de água, segundo o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece)
107 mil das casas da Capital não possuem fossas sépticas. Informações do Ipece mostram, ainda, que apenas 15,1% da cidade contam com essas fossas
Fonte: Diário do Nordeste
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