Um serviço básico que não chega para todos os brasileiros. Quase 40% das casas não têm coleta de esgoto. É um problema de saúde pública para o desenvolvimento, porque traz várias doenças.
A situação é mais crítica nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Embora tenham apresentado melhorias em serviços básicos, elas ainda vivem uma realidade bem distante do Sul e do Sudeste.
O aposentado João Nogueira esperou a vida inteira para ver a coleta de esgoto na porta de casa. Veio a aposentadoria, ele viu os filhos crescerem e os netos nascerem, o Brasil virar a sexta economia do mundo. E até agora, nada.
“O que há de fazer, né? É esperar um dia chegar a solução e resolver esse problema”, lamenta.
A cidade é Araguaína, norte do Tocantins, onde mais de 85% dos moradores usam fossa séptica, que contamina o solo e a água.
Na capital de Mato Grosso do Sul, um flagrante da sujeira despejada direto no Rio Cuiabá.
“Deu uma mortalidade de peixes. Morreram peixes, ficaram boiando sem oxigênio”, conta um homem.
O pior cenário é na cidade de Porto Velho: só 2% do município tem rede de esgoto.
“Para morar em uma cidade que não tem saneamento fica complicado. Sujeira, mau cheiro”, lamenta um homem.
“O pessoal paga imposto, é cobrado e não é revertido em benefício pra própria população. É complicado isso”, diz um jovem.
São Paulo é um exemplo positivo. Quase 100% das casas têm coleta de lixo e esgoto. Mas quando a gente fala de Brasil, a situação é outra. Os avanços foram pequenos nos últimos dois anos.
Em 2009, 59% dos domicílios brasileiros tinham rede coletora de esgoto. No último levantamento do IBGE, em 2011, eram 62%. No caso da coleta de lixo, o avanço foi ainda menor: de 88,5% para 88,8%.
“Não conseguimos evoluir indicadores como educação e saúde, justamente por falta de saneamento básico. São doenças que mantém o Brasil na Idade Média como diarreias, verminoses, dermatites, hepatite A, cólera. Se o Brasil quiser evoluir internacionalmente nos indicadores sociais, temos que resolver urgentemente os problemas da falta de coleta e tratamento de esgoto”, afirma Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil.
A rede geral de abastecimento de água também cresceu pouco na comparação entre 2009 e 2011: apenas 0,3 ponto percentual.
Fonte: Bom dia Brasil
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