O ministro das Cidades, Mário Negromonte, afirmou que está analisando os erros do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na área de saneamento para corrigi-los.
Estudo da organização não-governamental Trata Brasil divulgado nesta terça-feira mostrou que só 4% das obras de saneamento previstas no PAC foram concluídas até dezembro de 2010, enquanto a meta era 60%. O ministro admitiu que há dificuldades no andamento das obras.
- Estamos dialogando para ver os erros das obras do PAC e corrigi-los. O objetivo da presidente Dilma é avançar as obras que estão com dificuldade de andar – disse o ministro, após se reunir com cerca de 70 empresários na Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), em São Paulo.
Negromonte tentou justificar os atrasos em obras de saneamento.
- Às vezes, o município não apresenta projeto, às vezes está inadimplente, às vezes chega a eleição e você tem um impedimento jurídico, tem problemas ambientais – afirmou o ministro, que disse que até o final do ano 50% das obras do PAC de saneamento estarão concluídas.
O ministro das Cidades disse que continua insistindo com a presidente Dilma Rousseff para que o governo não contingencie emendas de parlamentares destinadas a saneamento básico. Estudo de nove entidades da área e de infraestrutura entregue nesta quarta-feira a Negromonte, na Abdib, revela que o Brasil tem que investir cerca de R$ 17 bilhões por ano, pelos próximos 20 anos, para que se consiga a universalização dos serviços de saneamento básico.
- Podemos usar as emendas parlamentares num programa de governo se a presidenta se comprometer a não contingenciar. São quase 600 parlamentares. Se cada um tem uma cota de R$ 13 milhões, dá quase R$ 8 bilhões. Nesses 20 anos, para a universalização, pelos números da Abdib, se nós fizermos investimento com parlamentares, vamos chegar lá com rapidez – disse Negromonte.
O ministro afirmou que já apresentou a demanda para a presidente quando foi empossado, mas continua amadurecendo a ideia com os ministros do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e das Relações Institucionais, Luiz Sérgio.
Segundo o estudo divulgado pela Abdib, o Brasil tem investido apenas 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em saneamento, enquanto o necessário seria 0,6%.
Fonte: Extra
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