O governo do Estado tem uma meta ambiciosa de saneamento em São Bernardo. Dentro de apenas três anos, promete triplicar o índice de tratamento de esgoto no município, saltando de 27% para 90%.
O anúncio foi feito ontem pela manhã pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e a presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Dilma Pena, durante o lançamento das obras da terceira etapa do Projeto Tietê, que durante a tarde também foi iniciado em Ribeirão Pires.
O plano prevê a construção de 45,5 quilômetros de coletores-tronco, 28,8 quilômetros de redes de coleta e de 16 estações elevatórias. Ao todo, as intervenções vão custar R$ 127,5 milhões. Segundo Alckmin, São Bernardo já dispõe de uma "rede grande" de ligações, mas ainda insuficiente para fazer transferências para a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ABC.
O projeto, acredita o governador, vai fazer com que menos dejetos sejam liberados nos ribeirões dos Couros e dos Meninos, "portanto, menos esgoto nos rios Tamanduateí e Tietê", o que dará uma "bela despoluída", palavras de Alckmin.
As obras estão divididas em três etapas, envolvendo córregos e regiões diversas, como Demarchi, Centro e Baeta Neves. Na fase final, chegará aos bairros Riacho Grande e Capelinha, beneficiando a Represa Billings.
O manancial, fez questão de lembrar o governador, tem ainda outro plano de saneamento, o Programa Pró-Billings, que terá investimento total de R$ 250 milhões.
Em outra meta ambiciosa, garante, até 2015, que todo o esgoto coletado na bacia seja encaminhado para a ETE ABC, contribuindo para a despoluição do reservatório, que abastece 5 milhões de pessoas, segundo a Sabesp.
Respondendo sobre a previsão da Agência Nacional de Águas, que revelou que 74 cidades do Estado vão precisar de novo manancial até 2014 - Grande ABC no meio - o governador afirmou que pode resolver parte do problema diminuindo perdas.
São Paulo desperdiça 16% da água. A previsão é cortar o índice pela metade. "Cada 1% representa 350 mil pessoas que podemos abastecer, ou seja, reduzindo em 8%, vamos abastecer mais 2,8 milhões sem nova captação."
Ribeirão terá serviço universalizado em 2016
O mesmo Projeto Tietê que teve início pela manhã nas margens do Ribeirão dos Meninos, na Vila Vivaldi, foi mais tarde ampliado em Ribeirão Pires, que receberá parte das obras - investimento de R$ 34,6 milhões.
No município, Prefeitura e Sabesp assinaram contrato no valor de R$ 226 milhões, possibilitando mais 30 anos de serviços. Mais uma vez, a assinatura veio acompanhada de previsão ousada.
Até 2016, o saneamento básico em Ribeirão Pires estará universalizado, alcançando 100% de abastecimento, coleta e tratamento de esgoto.
Hoje, o município abastece 96% da população, coleta 72% dos dejetos e trata 70% deles. Além de novas redes, a cidade terá bombas para levar água para as regiões elevadas e intervenções de drenagem.
O prefeito Clóvis Volpi (PV) agradeceu a inclusão do município nos projetos. "Entendo que seria impossível, com o orçamento que temos, fazer essas obras."
No embalo das metas ambiciosas, Volpi afirmou que vai promover o maior programa de recuperação de asfalto e tapa-buracos de Ribeirão Pires.
A cidade também fará parceria para sanear o Córrego Santa Luiza, dentro do Programa Córrego Limpo, e terá investimentos do Programa Vida Nova/Mananciais.
Marinho pede ajuda em obras de microdrenagem
Com a temporada de chuvas perto do fim, mas com projetos para conter enchentes em andamento, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), aproveitou o evento para pedir ajuda do governador nas obras.
Segundo o petista, o plano de microdrenagem para minimizar o impacto dos temporais no município está orçado em mais de R$ 700 milhões.
Só para a região central são R$ 600 milhões, mas a Prefeitura só tem um terço do valor - é aí onde entra o Estado. Outras intervenções na Vila Vivaldi estão consumindo mais R$ 105 milhões.
Geraldo Alckmin também falou do combate às cheias e, mais uma vez, garantiu que vai assumir os trabalhos de limpeza, manutenção e a segurança dos piscinões do Grande ABC.
Explicando a formação das enchentes, o governador falou como um professor de História sobre o surgimento das cidades paulistas. "A civilização começou no Litoral, depois foi para a beira dos rios, na entrada do movimento das Bandeiras, ocupando as várzeas."
Fonte: Diário do Grande ABC
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