segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Saneamento na agenda dos presidenciáveis

Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, está entre as dez cidades (dos 81 municípios brasileiros com mais de 300 mil habitantes) com pior serviço de saneamento do País. O quadro de Jaboatão não é uma exceção no Brasil: apenas 30% das cidades têm tratamento de esgoto. A questão do saneamento é um dos grandes desafios dos governantes que chegam ao poder em 2011. Para debater o tema, o Instituto Trata Brasil , uma organização que visa a universalização do direito ao saneamento básico, reuniu na última segunda-feira, em São Paulo, os coordenadores de campanha dos candidatos a presidente José Serra, Dilma Housseff e Marina Silva.

José Eduardo Cardozo (PT), Francisco Graziano (PSDB) e João Capobianco (PV) foram inicialmente sabatinados pelo jornalista Adalberto Piotto, da CBN, e, em seguida, por jornalistas de todo o Brasil convidados pela ONG.

O debate ficou centrado entre o modelo do Estado de São Paulo (administrado pelo PSDB desde 1995) e o do governo federal. José Cardozo destacou que um eventual governo Dilma vai ampliar as obras do PAC que contemplam o saneamento básico. Já Graziano defendeu que as empresas estaduais e municipais de abastecimento devem ser fortalecidas para lidar com o problema da falta de esgotamento sanitário.

Capobianco afirmou que o PV aposta em alternativas descentralizadas para o saneamento baseadas em experiências internacionais exitosas. Para o coordenador da campanha de Marina Silva, o governo federal deve ser um indutor de programas e não o único responsável pelas ações.

O presidente-executivo do Instituto Trata Brasil , André Castro, frisou que, dos serviços básicos oferecidos à população, o saneamento básico é o que mais deixa a desejar. `Estamos prestes a iniciar investimentos bilionários em estádios de futebol para a Copa de 2014 e continuamos deixando de lado a questão do tratamento de esgoto`, lamentou Castro. A ONG estima que, de cada R$ 1 gasto com saneamento básico, deixam de ser gastos pelo menos R$ 4 no Sistema Único de Saúde.

O ranking do saneamento nas 81 maiores cidades do País não tem nenhum município do Norte/Nordeste entre os dez mais bem colocados. No topo da lista estão cinco cidades de São Paulo, duas de Minas Gerais, uma do Rio de Janeiro, uma do Distrito Federal e uma do Paraná.

Fonte:Jornal do Comercio

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