segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Água tratada combate desperdício e beneficia a população

O sistema de tratamento da água em Campo Grande beneficia a população, que é abastecida diariamente com um produto potável, e evita o desperdício recuperando três milhões de litros diários.

Seguindo normas como a portaria 518/2004 do Ministério da Saúde, que estabelece os padrões da qualidade da água para o consumo humano; resolução 396/2008 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), sobre o enquadramento das águas subterrâneas e resolução 357/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o enquadramento dos mananciais e padrões de lançamento de efluentes, a Águas Guariroba implantou o programa de qualidade da água na Capital.

O município tem 65 sistemas de abastecimento de água, que vão desde a captação até a distribuição. Quando a água sai de cada um deles, vai para os reservatórios e depois para as residências dos clientes.

`Cada vez que a água passa por uma nova fase de distribuição, ela se torna um novo sistema`, explica Vera Sandim, farmacêutica e bioquímica responsável pelo laboratório de análise da água da concessionária.

Segundo ela, na estação de tratamento de água são testadas cor (para medir ferro, manganês, corantes e outros elementos), turbidez (partículas em suspensão na água), acidez, além de análises de odores e sabores até processos mais sofisticados.

Vera informa que sempre que uma reclamação é feita pelo consumidor, uma equipe da Águas vai até a casa e coleta amostra da água para verificar o problema. Se houver necessidade de correção, a concessionária é convocada a fazer.

O tratamento é acompanhado pelo laboratório, até que o resultado fique perfeito e seja entregue ao cliente. Esse tipo de serviço é feito de graça, mas muitas pessoas desconhecem, adianta Vera.

Durante o processo de análise o cavalete interno do imóvel é conferido, no entanto, a Águas Guariroba só entra no domicílio do cliente para fazer interferência quando a reclamação é embasada, com problemas como água suja ou falha na distribuição à rede.

Grande parte das reclamações que a concessionária recebe é de pessoas que nunca lavaram suas caixas de água. `Em diversas ocasiões nossas equipes encontraram de gatos a ratos em decomposição dentro da caixa d'água`, esclarece Vera, alegando que os animais geralmente batem na tampa e acabam caindo. Casos como este já foram constatados em universidades e escolas.

Amostras – Todo o sistema de tratamento da água é monitorado online, inclusive com aparelhos e medidores. O número de amostras analisadas de água também aumentou gradativamente ao longo dos anos.

Em 2007 eram apenas duas mil amostras, já em fevereiro de 2008 passou pela casa de 2,5 mil, enquanto no ano passado foram feitas 3,5 mil. Neste ano, de acordo com Vera, estão previstas 4 mil amostras.

Mapa de desempenho de 2000, quando eram feitas 200 amostras mensais, foi expandindo gradativamente. Hoje, em apenas um dia são feitas de 130 a 140 amostras.

A estação – A estação de tratamento de água da Águas Guariroba é também chamada pelos profissionais que ali trabalham de convencional distinta completa, pois tem mistura rápida, floculação, decantação, filtração e tratamento químico.

A água que vem do rio Guariroba é muito limpa e não tem tanta turbidez, diferente da água do rio Lageado, que tem um pouco mais de cor e turbidez. No momento em que ela chega, é coagulada e passa por áreas de extração onde ficam os floculadores e decantadores.

Na estação há dois conjuntos formados cada um por seis floculadores e um decantador. Dentro das câmaras de decantação, a água entra na primeira câmara e vai passando de uma para outra em ziguezague. Uma característica significativa é que de uma câmara para outra a água vai passando por cima e depois por baixo, consecutivamente.

Nas câmaras de floculação acontecem duas importantes funções: redução da velocidade da água e crescimento dos flocos. A água fica bem agitada na câmara por onde ela entra, mas quando é distribuída aos decantadores acaba se tornando mais lenta e calma.

Conforme Clayton Marcos Pereira, supervisor de produção da Águas, todo o processo de diminuição da velocidade da água e crescimento dos flocos é proporcionado por paletas de madeira. A areia que entra juntamente com a água no processo de tratamento nada mais é que um aglomerado de sujeira das impurezas.

Responsáveis pela formação dos flocos, os policloretos de alumínio são adicionados ao início do processo de tratamento. Eles sugam toda a sujeira, que é coagulada e floculada.

Muito pequenos, os flocos tem força suficiente para vencer a coluna de água da próxima etapa do tratamento, que é decantação. Nela, toda a água é distribuída pelas comportas, passando por uma cortina que reduz a velocidade dela, jogando-a aos decantadores.

O principal objetivo do decantador é reter em média 90% da sujeira que chega à estação. Depois ela é encaminhada aos vertedouros, que coletam a lâmina mais superficial da água até que ela fique limpa.

Toda a água que cai no decantador, de acordo com Clayton, vai sendo coletada pelas calhas que a levará até outra calha já decantada. Depois, a água segue aos filtros para ser submetida à última etapa de remoção de sujeira. Embaixo deles existe o tanque de reutilização, que bombeia a água que sobrou ao início do processo.

Seis filtros com 550 mil litros d'água fazem o processo de contra lavagem da água, que desce a um elevatório sendo filtrada. Quando isso acontece, é injetada água tratada na filtrada, que resulta na expansão do meio filtrante em que toda a sujeira é retirada dele.

A água carregada de sujeira será drenada ao tanque de reutilização e de lá retornará à calha inicial. O importante é que toda a água é recuperada.

Ao longo de todo o processo de tratamento (chegada de água bruta, água decantada, água filtrada e água tratada), uma coisa é certa: o campo-grandense tem ao seu dispor uma das águas mais limpas do Brasil, podendo bebê-la da torneira de olhos fechados.

Fonte: Anastácio Notícias

Nenhum comentário:

Postar um comentário