quarta-feira, 16 de junho de 2010

São R$ 8 bilhões no lixo

Cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que produtos jogados no lixo em todo o País representam um desperdício de R$ 8 bilhões por ano – em comparação com a hipótese de sua reciclagem. Isso contradiz a ideia de que preservar o ambiente prejudica a economia, é um dos dados que provam o contrário. A nova “revolução industrial” que o século XXI requer é a da industrialização que aproveite esses materiais, vistos como problema, que na verdade são oportunidades de negócios – “lixo” é matéria-prima reaproveitável. Os exemplos práticos são muitos, todas as formas de materiais podem ser transformadas, sem que isso represente uma qualidade inferior. Em feiras de tecnologia já vimos móveis que chamam atenção pela beleza, feitos de madeiras reaproveitadas.

O lixo orgânico e até mesmo o esgoto são potencialmente adubo para fertilizar terras, mesmo as do deserto - como ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes, onde se vê canteiros públicos de plantas irrigadas por esta canalização.

Outro dado sobre economia sustentável calcula em 2,6 milhões o montante de empregos formais (número significativo para o segmento), os chamados “empregos verdes”, quer dizer, comprometidos com o uso sustentável e reaproveitamento de materiais. Os problemas ainda são muitos, inclusive o da mão de obra com formação qualificada para estas novas atividades. Ainda há uma questão cultural, antes de econômica, que é o hábito de desprezarmos o “usado”.

Mas há indícios de mudanças de valores, como as empresas que publicam suas revistas em papel “reciclado” - estratégia de marketing, pois este tipo de papel não é verdadeiramente reciclado, apenas não clorado. Apesar de conter um embuste - aparentar uma falsa reciclagem - há um aspecto interessante nesta questão: a da mudança de padrões estéticos, quando o que parece reciclado já se torna mais bonito aos nossos olhos.

Fonte: Jornal do Comércio

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