quinta-feira, 17 de junho de 2010

Falta de saneamento é o pior dano ambienta do mundo

Recentemente fizemos uma enquete e os leitores vagalumes afirmara que o mais importante para Miracema éo saneamento básico. O que foi uma demonstração clara de que o leitor vagalume é antenado com a necessidade e com o que é prioritário numa gestão pública. Muitas vezes, o saneamento básico não se torna vitrine eleitoreira e por isso fica desprezado e no escanteio. Porém, é também uma forma de promover bem estar e saúde para a população. A prova disso está no próprio reconhecimento por parte da ONU (Organização das Nações Unidas).

Informações divulgadas recentemente que abaixo destacamos dão conta de que `O esgoto está literalmente matando as pessoas` [Achim Steiner, diretor do PNUD (Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas].

Por conta do Dia Mundial da Água, semana passada, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras agências da ONU lançaram um relatório sobre o estado do saneamento básico: as águas do planeta estão cada vez mais poluídas e mais pessoas morrem hoje em todo mundo por causa dessa contaminação do que por todas as formas de violência, inclusive as guerras.

De acordo com o estudo, a falta de água limpa mata 1,8 milhão de crianças com menos de 5 anos de idade anualmente, o que representa uma morte a cada 20 segundos. Grande parte do despejo de resíduos acontece nos países em desenvolvimento, que lançam 90% da água de esgoto sem tratamento. No Brasil, uma das maiores causas de morte associada à falta de saneamento é a diarreia. A doença mata cerca de 2,2 milhões de pessoas em todo o mundo anualmente. Mais da metade dos leitos de hospital no planeta, diz o estudo, é ocupada por pessoas com doenças ligadas à água contaminada.

Além disso, mais da metade das escolas primárias em 60 países em desenvolvimento não tem instalações adequadas de água e 2/3 não tem saneamento apropriado.

Aqui no Brasil, o governo acaba de anunciar que o saneamento contará, no chamado PAC 2, com cerca de R$ 40 bilhões no período de 2011 e 2014. São cerca de 7.466 empreendimentos distribuídos em 24 unidades da federação, dos quais 2.337 (31%) estão em andamento seguindo o critério de atender preferencialmente cidades de regiões metropolitanas - acima de 100 mil habitantes, no Sul e Sudeste, e acima de 70 mil habitantes nas demais regiões.

Segundo a coordenadora das ações do PAC 2, Miriam Belchior, o governo federal acredita que não terá problemas para aplicar os recursos destinados ao setor de saneamento no PAC 2 uma vez que a situação hoje é de mais projetos do que recursos, diferentemente do que aconteceu na primeira fase do PAC quando, por ausência de projetos, os investimentos em saneamento demoraram a ser iniciados. `Já em 2009, fizemos nova seleção de projetos para as áreas de drenagem e de água e esgoto e o cenário tinha mudado. Todo mundo tinha projeto, porque tinha perspectiva de ter recurso`, disse ela, após reunião com empresários do setor da infraestrutura, em São Paulo.

Contudo, segundo o Instituto Trata Brasil (ITB), para que todos os brasileiros tenham acesso a água e esgoto tratados, seriam necessários investimentos da ordem de R$ 270 bilhões. `Como o PAC está destinando R$ 40 bilhões para água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem, serão necessários pelo menos 7 PAC's para que a meta de universalização seja alcançada`, disse Raul Pinho, presidente do ITB. Pinho concorda com o governo sobre o principal fator que tem contribuído para o atraso nas obras: a formatação dos projetos. `A lentidão na obtenção de licenciamento ambiental e exigências não previstas de órgãos estaduais e municipais também contribuem para o ritmo fraco de execução`, ponderou o estudo do instituto, com base em levantamento feito com operadoras de rede de esgoto e prefeituras. `Temos a cultura de economizar em projeto porque projeto não dá voto, não dá para inaugurar`, afirmou Pinho.

Insuficientes ou não, merece comemoração a decisão do governo em investir pesado para solucionar o que este Alerta vem apontando, há anos, como o maior problema ambiental do País. Neste sentido, uma vez mais, as grandes ONGs que se autointitulam como ambientalistas passaram ao largo do tema, ou melhor dizendo, a importância que dão para o saneamento pode ser aquilatado pela manifestação do Greenpeace, no Dia Mundial da Água, quando seus ativistas colocaram um vaso sanitário em frente ao Parlamento ... britânico; por aqui, preferem se manifestar contra o desmatamento da Amazônia e outros temas mais `apropriados` para países do Sul.

Fonte: Blog O Vagalume

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