quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Tecnologia produz água potável para moradores de ilha no Acará

Nesta quarta-feira (29), a Ilha do Maracujá, localizada no município de Acará, nordeste paraense, recebeu uma solução alternativa de tratamento de água para o consumo humano. A tecnologia, denominada SALTA-z, foi concebida pela Superintendência Estadual da Fundação Nacional de Saúde no Pará (Funasa/ Suest-PA) e foi implantada na ilha por meio de parceria entre a prefeitura local, o Fórum do Desenvolvimento Sustentável das Ilhas e a Rede Paraense de Tecnologias Sociais (RTS-PA), da Secretaria de Estado de Ciência Tecnologia e Inovação (Secti).

A tecnologia SALTA-z consiste em um sistema de coleta da água do rio, que é conduzida por meio de canos até um reservatório elevado, onde ocorre um processo de floculação para concentrar as impurezas primárias da água e viabilizar o respectivo descarte. Um percentual de cloro é inserido na água captada que, antes de ser consumida, passa por um processo de filtração de excelência, feito por minerais com estrutura porosa, denominados zeólitos. Por fim, a água potável é canalizada para as torneiras presentes no sistema, pronta para o consumo humano.

Finalmente teremos uma água de qualidade aqui na região. Antes a gente tinha que comprar água ou usar água do rio mesmo, o que deixa muitas crianças sofrendo com verminoses constantemente. A gente espera que, com essa tecnologia, estejamos livres dessas doenças”, afirmou a professora e moradora da Ilha do Maracujá Leila Barata.

A instalação do sistema custa, em média, R$ 5 mil, e conseguirá atender cerca de 30 famílias na ilha. “O tratamento da água pelo sistema SALTA-z é eficiente na remoção de todos os microrganismos que prejudicam a saúde humana, mas a população deve ficar atenta ao condicionamento da água nos vasilhames usados para captar a água que sai do sistema, para que ela não seja contaminada após a purificação”, alerta o auxiliar técnico de pesquisa da Suest-PA, Eládio Braga.

O projeto já foi implantado, também, na Ilha do Marajó e no município de Terra Alta, no sudeste do Estado, mas foi a inauguração do sistema na Ilha do Maracujá que concretizou a parceria entre o Fórum das Ilhas, a Funasa e a RTS-PA, cujas articulações se iniciaram durante o I Fórum de Tecnologias Sociais, em outubro do ano passado.

Por meio da RTS-PA, temos a intenção de colocar a ciência e a tecnologia a serviço de demandas práticas que possam transformar a vida das pessoas. Essa tecnologia social da Funasa demonstra uma solução simples para a questão do abastecimento de água, e a nossa função é buscar parcerias para replicá-la em outras comunidades com dificuldades no acesso à água potável, pois esse é um dos eixos prioritários da RTS”, explicou o diretor de Tecnologias Sociais da Secti, Evandro Ladislau, durante a solenidade de inauguração do sistema.

A inauguração teve ainda a presença do representante do Ministério Público do Estado (MPE), Roosevelt Pantoja, que demonstrou interesse em firmar uma parceria com a RTS-PA. “Esse projeto da Funasa precisa ser uma realidade para todo o Brasil, pois isso é um direito que comunidades como a da Ilha do Maracujá têm. O MPE estará de mãos dadas com todos os órgãos que desejam, de forma organizada, garantir direitos fundamentais básicos à sociedade, o que parece ser o principal objetivo da RTS”, afirmou.

Futuramente, a tecnologia SALTA-z será apresentada por técnicos da Funasa em outros municípios paraenses, e novas capacitações, com palestras sobre o controle da qualidade da água e o uso e manutenção da tecnologia SALTA-z, serão feitas no município de Acará ainda neste semestre.

Fonte: Agência Pará

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