terça-feira, 21 de janeiro de 2014

China cresce mais devagar em busca de equilíbrio com Meio Ambiente


O crescimento econômico da China por pouco não atingiu em 2013 a mínima em 14 anos, embora alguns economistas digam que a desaceleração será inevitável neste ano, à medida que autoridades e investidores se preparam para reformas difíceis. A chance de que a segunda maior economia do mundo possa desacelerar nos próximos meses foi reiterada nesta segunda-feira por dados que mostraram enfraquecimento do avanço do investimento e da produção industrial nos últimos meses do ano passado.

A perda de ímpeto limitou o crescimento anual da China em 7,7%, mínima em seis meses, no trimestre de outubro a dezembro, uma desaceleração que, segundo alguns analistas, pode se aprofundar neste ano conforme o país suporta o fardo de curto prazo de reorganizar seu modelo de crescimento para o benefício no longo prazo. O crescimento anual em 2013 foi de 7,7%, inalterado ante 2012 e apenas levemente acima das expectativas do mercado por ritmo de expansão de 7,6%, que teria sido o mais lento desde 1999.

Após 30 anos de crescimento econômico vigoroso de dois dígitos que tirou muitos milhões de chinesas da pobreza mas que também devastou o meio-ambiente, a China quer mudar o tom ao abraçar o desenvolvimento sustentável e de maior qualidade. Isso significa reduzir a intervenção governamental para permitir que os mercados financeiros tenham maior participação na alocação de recursos, e promover o consumo doméstico ao custo de investimentos e exportações.

Dados desta segunda-feira da Agência Nacional de Estatísticas mostraram que a economia da China de 56,9 trilhões de iuanes (US$ 9,4 trilhões) ainda está muito dependente do investimento para crescer. A formação de capital representou 54% do crescimento econômico da China no ano passado, superando a porção de 50% do consumo. As exportações líquidas, por outro lado, reduziram 4,4% do crescimento geral.
"Não vejo nenhuma evidência de requilíbrio no ano passado", disse o economista Tim Condon, do ING em Cingapura.

Porém, há sinais de que Pequim quer controlar o investimento. Para 2013 como um todo, o investimento em ativos fixos aumentou 19,6%, o menor avanço em pelo menos 10 anos e logo abaixo das estimativas por crescimento de 19,8%. O investimento ambicioso pelos governos chineses locais que soma cerca de US$ 3 trilhões em dívida tem Estado na dianteira do impulso de investimento da China nos últimos anos, uma tendência que tem que analisada, disse o chefe da agência de estatísticas chinesa, Ma Jiantang.
"Em 2014, eu acredito que as reformas continuarão a ser as principais forças propulsoras para o crescimento econômico" acrescentou Ma.

‘Perdendo fôlego’
A leve desaceleração do crescimento da China é vista pela maioria dos especialistas como algo inevitável, à medida que o país muda para o desenvolvimento de melhor qualidade.
"De modo geral, a economia chinesa está tendo bom desempenho durante sua fase de ajuste. Porém, não restam muitas dúvidas de que a economia chinesa está perdendo fôlego", disse o economista-chefe para a China da IHS Global Insight, Brian Jackson.

O crescimento da produção industrial ficou em 9,7% em dezembro ante o ano anterior, mínima em cinco meses, na medida em que as fábricas lutaram com demanda interna e externa mais fracas. Uma minoria de analistas preveem que a economia da China possa acelerar neste ano, frustrando a crença predominante de que o crescimento irá se enfraquecer para abrir espaço para as reformas.

O Deutsche Bank espera que o crescimento chinês acelere para 8,6% neste ano, enquanto o RBS vê 8,2%. Fontes dos principais institutos de pesquisa disseram à agência inglesa de notícias Reuters que o governo provavelmente deve manter sua meta de 7,5% de crescimento econômico novamente em 2014.

Fonte: Correio do Brasil

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