sexta-feira, 17 de maio de 2013

Investir em saneamento é a melhor forma de combater a pobreza, diz USP

Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) sobre o impacto dos chamados "gastos sociais" concluiu que o uso de verbas públicas, federais ou municipais em ações de saúde e saneamento básico é mais eficiente no combate à pobreza no Brasil que outros tipos de investimentos do governo.

Despesas dos estados com educação e cultura aparecem em seguida no ranking dos gastos sociais mais efetivos contra a pobreza. O estudo foi desenvolvido pela pesquisadora Martha Hanae Hiromoto e apresentado como dissertação de mestrado no programa de pós-graduação em economia aplicada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba (SP).


Com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Secretaria do Tesouro Nacional, entre outros, a pesquisa aponta que os governos municipais, estaduais e a União totalizaram gasto social de aproximadamente R$ 800 bilhões somente em 2009, cerca de 28% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional naquele ano.

O estudo considerou apenas parâmetros de insuficiência de renda para definir "pobreza". A base de referência foi de 0,48 salário mínimo, conforme definição do Ipea, também em 2009.

Além de saúde, saneamento, educação e cultura, foram considerados gastos sociais aqueles realizados nas áreas de previdência, assistência, habitação, urbanismo e trabalho. Para Martha, o estudo pode auxiliar em políticas de combate à pobreza.

Foco na pobreza

"Embora o volume de recursos destinados à previdência seja muito grande, eles se mostram pouco efetivos no combate à pobreza porque não estão focados na população mais pobre", afirmou Martha. A pesquisa foi orientada pela professora Ana Lúcia Kassouf, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da USP.

Sobre a efetividade de investimentos em educação ser menor que em saúde e saneamento, Martha disse que o estudo ainda não é conclusivo. "Existem dúvidas, mas o que pode explicar esse resultado é que, em geral, o impacto demora mais para ser sentido. Já em saúde, por exemplo, é mais imediata a melhora na condição de vida da população." 

Fonte: ABCON

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