Além da iniciativa dos governos estaduais, grandes empresas estão de olho em projetos de concessões e PPPs em Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco e Goiás. A janela de dois anos para as próximas eleições tende a estimular o desenvolvimento de mais projetos, já vislumbrados por grupos de peso como Foz do Brasil, Andrade Gutierrez, OAS, Águas do Brasil, CAB Ambiental, Marquise e Equipav.
O diretor-executivo da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon), Roberto Muniz, diz que a obrigação dos municípios elaborarem até 2014 um plano de saneamento para não ficarem impedidos de receber recursos da União também poderá despertar oportunidades para parcerias com o setor privado.
O vice-presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Newton Azevedo, afirma que o setor amadureceu depois do marco regulatório de 2007, mas que as garantias necessárias para as parcerias com o setor privado ainda são um grande problema a ser enfrentado pelos municípios.
Um dos projetos mais visados de 2013 é a PPP da Sabesp do Sistema Produtor de Água São Lourenço, o sétimo destinado ao abastecimento da região metropolitana de São Paulo. Com o edital de licitação lançado em novembro, o projeto vai exigir investimento de R$ 1,68 bilhão e garantir receita de até R$ 6 bilhões nos 25 anos de concessão.
No início de fevereiro, a Sabesp recebe as propostas dos interessados e a empresa prevê assinar o contrato por volta de setembro.
São Paulo deve lançar ainda edital de PPP para combate de enchentes. A previsão do Conselho Gestor de PPPs é que o contrato seja assinado em abril. O projeto tem custo de R$ 814 milhões e a empresa vencedora deve construir sete piscinões em dois anos e gerir outros 33 existentes ou em construção.
Em Minas Gerais, a Copasa tenta acompanhar o exemplo da empresa paulista e prepara sua primeira PPP, que será destinada à ampliação do sistema de abastecimento de água rio Manso. A publicação do edital está sendo preparada pela companhia e a licitação poderá custar em torno de R$ 500 milhões.
Ainda no Sudeste, a companhia de saneamento do Espírito Santo, a Cesan, pertencente ao governo do Estado, dá andamento a uma PPP que permitirá o investimento de R$ 390 milhões em esgotamento sanitário do município de Serra. O processo, contudo, está atrasado e a Cesan ainda aguarda autorização da Câmara de Vereadores da cidade para lançar o edital.
Já no Rio Grande do Sul, a companhia estadual Corsan publicou Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) de olho numa parceria público-privada (PPP) de esgotamento sanitário para diversos municípios. O processo licitatório está previsto para 2013. A empresa ainda estuda uma parceria com o setor privado voltada para a área de resíduos sólidos, um novo segmento de negócios para a Corsan.
No curto prazo, entre os processos que estão prestes a ter os resultados anunciados, está a PPP da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) referente aos serviços de esgotamento sanitário em 15 municípios, sendo 14 na região metropolitana do Recife. O Valor apurou que o consórcio entre Foz do Brasil (do grupo Odebrecht) e a construtora pernambucana Lidermac deve ganhar a disputa. É estimado um investimento de R$ 4,5 bilhões para a PPP, sendo cerca de 70% dos recursos de responsabilidade do setor privado. O contrato terá vigência de 35 anos.
E a Saneago, estatal de saneamento de Goiás, também está para anunciar as empresas que serão responsáveis pelos serviços de esgoto das cidades de Aparecida de Goiânia e Trindade, ambas na região metropolitana da capital, e de Rio Verde e Jataí, no sudoeste do Estado. Quatro consórcios estão na disputa, que tem valor mínimo de outorga de R$ 90 milhões e investimento previsto em torno de R$ 1 bilhão.
Fonte: Valor Econômico
Veja Mais: http://www.valor.com.br/brasil/2967952/setor-de-saneamento-pode-ganhar-impulso-neste-ano
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