segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Mato Grosso: Estado é o pior em saneamento

Mato Grosso tem um dos piores sistemas de saneamento básico e é o segundo mais violento da Amazônia Legal. Setenta e um por cento dos domicílios ainda possuem a fossa rudimentar, que pode comprometer o lençol freático e acarretar doenças à população. Além disso, registra a média de 31 homicídios para cada 100 mil habitantes, números superiores à média do país. Os dados foram divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que fez uma radiografia dos últimos números apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério da Saúde e da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Os números do Estado são mais críticos aos das outras 8 unidades da federação que fazem parte da Amazônia Legal (Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Tocantins, Maranhão, Pará e Amapá). No livro "A Amazônia e os Objetivos do Milênio", 3 pesquisadores analisam os estados, onde os problemas são liderados por Pará e Mato Grosso. "Na Amazônia houve progressos no que se refere à maioria dos indicadores analisados. Entretanto, em geral, essa melhoria ainda é insatisfatória e a região está abaixo da média nacional", apresenta em um trecho do livro.

Um dos pesquisadores, a consultora do Imazon Danielle Celantano, destaca que o tratamento do esgoto é caro, mas que é possível ser feito, principalmente em cidades "pequenas e novas". Por terem uma estrutura menor, fica viável um planejamento para os resíduos sólidos. "Se os gestores investirem em saneamento, a economia em (gastos com) saúde é reduzida em até 34 vezes".

O sistema ideal de coleta é em rede, pois os dejetos vão para uma estação de tratamento de esgoto (ETE) e podem retornar para os rios sem a preocupação de poluírem o meio ambiente como acontece com os córregos em Cuiabá. Resíduos "crus", sem nenhum tipo de cuidado, são despejados diariamente no Rio Cuiabá.

Em segundo lugar, como forma acomodação menos danosa à população e ao meio ambiente estaria a fossa séptica que, diferentemente da rudimentar amplamente usada em Mato Grosso, tem uma proteção que impede os dejetos de irem ao lençol freático e contam com bactérias que decompõem a parte sólida.

Para ser ter ideia da situação no Estado, apenas 11% da população têm rede coletora de esgoto (abaixo da média brasileira que é de 50%); 18% têm fossa séptica (abaixo da Amazônia Legal que é de 41%) e 71% têm fossa rudimentar (bem acima da média da Amazônia que é de 48% e do Brasil que é de 30%).

Uma das formas de tentar mudar esse quadro é a criação (e aplicação) dos planos diretores municipais. Eles são desenvolvidos para os gestores terem metas. Mas elas só podem ser realizadas com recursos, principalmente vindos de convênios com o governo federal e emendas parlamentares.


Fonte: Só Notícias

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