quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sanasa vai comercializar água de reúso para firmas

A Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A (Sanasa) vai comercializar, a partir do próximo ano, 700 litros de água de reúso por segundo, líquido não potável resultado do tratamento de esgoto e que pode ser utilizado por indústrias que necessitam resfriar os equipamentos. Com isso, Campinas vai garantir água para novos investimentos, uma situação que está crítica nas Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí que já não têm mais o produto para novos empreendimentos que demandem grande quantidade de água.

O volume de água de reúso que será ofertado é quase 20 vezes superior ao que o parque industrial da cidade utiliza hoje. Dos 4 mil litros captados nos rios por segundo para o abastecimento da cidade, 40 litros por segundo são destinados à indústria.

Estação

A reversão da escassez de água para uso industrial será possível com a conclusão da Estação de Produção de Água de Reúso (Epar), prevista para 2011. A obra, no Jardim Capivari, está recebendo investimentos de R$ 167 milhões em recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da Sanasa. A estação será a primeira da cidade a fazer o tratamento terciário do esgoto.

O sistema usa tecnologia de membranas filtrantes que removem nutrientes que normalmente não são retirados nos tratamentos anteriores, além de matéria orgânica, sólidos suspensos e patogênicos em um grau ainda maior que no tratamento secundário, produzindo uma água, segundo a Sanasa, com elevado grau de pureza (99,5%), compatível com a qualidade necessária da água para uso industrial.

O tratamento terciário é prática usual em nações desenvolvidas, altamente industrializadas e com escassos recursos hídricos como, por exemplo, a Holanda e Israel, nos quais a adoção de sofisticadas estações de tratamento de esgoto é econômica, porque viabiliza o uso do recurso hídrico para outros fins. Nos países em desenvolvimento, entretanto, existe uma outra realidade. No Terceiro Mundo, de modo geral, 86% da população rural não têm sistemas de tratamento de água e 92% não possuem disposição do lixo; somente 28% da população urbana beneficiam-se de abastecimento de água e 29% não usufruem de qualquer tipo de saneamento.

A ETE Capivari 2 terá capacidade para tratar o esgoto de 250 mil habitantes de 97 bairros e núcleos residenciais e vai colaborar para a despoluição do Rio Capivari. Ela também irá tratar 18 mil litros por hora de efluentes industriais.

Ajuda na RMC

Com a produção de água de reúso, Campinas poderá socorrer empresas das demais cidades da RMC que estão com as outorgas de captação de água no limite. Além da água de reúso, a estação também tratará o lodo do esgoto para ser utilizado como adubo. De cada 10 mil litros de efluentes que entram nas estações de tratamento, um litro é composto de material orgânico que, após o processamento, gera uma pasta — o lodo — que pode substituir parcial ou totalmente o adubo químico. Atualmente, o lodo de esgoto é depositado pela Sanasa, depois de tratado, no aterro da cidade de Paulínia, com um custo anual estimado de R$ 3 milhões.


Fonte: Cosmo

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