Candidatos prometem prioridade para o saneamento, mas para garantir recursos e o cumprimento de metas para universalizar os serviços é preciso criar agências reguladoras.
O setor de saneamento ambiental tem sido apontado pelos candidatos à presidência da República em seus programas para os próximos quatro anos como de absoluta prioridade. Mas no ritmo em que o planejamento e a execução das obras, em nível local e regional, caminham, a universalização dos serviços só deve acontecer em 2055, segundo prevê o presidente da Abcon (Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto), Yves Besse.
Para que o setor avance e se torne mais ágil à luz das exigências da nova Lei do Saneamento, um obstáculo importante precisa ser superado: a implantação de mecanismos de regulação dos sistemas de saneamento, especialmente abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, drenagem e resíduos sólidos. A constituição de agências reguladoras é hoje pré-requisito para melhorar a qualidade da gestão dos serviços no Brasil e, consequentemente, dar mais eficiência ao setor. Somente dessa maneira, será possível viabilizar os investimentos públicos e privados necessários para a universalização dos serviços em 20 anos, estimados pelo Ministério das Cidades em cerca de R$ 240 bilhões.
A nova Lei do Saneamento, regulamentada pelo Presidente da República, em junho último, através do Decreto nº 7217, determina que os serviços de saneamento, quando não prestados diretamente pelo município, deverão ser prestados por meio de contrato. Mas para a celebração dos contratos, a lei prevê quatro requisitos básicos para celebração dos contratos, sob pena de não possuírem validade jurídica: elaboração de plano de saneamento básico; garantia de regulação, com normas claras de regulação e definição do agente regulador e fiscalizador dos serviços; a realização de estudo sobre a viabilidade técnica e econômico-financeira da prestação dos serviços antes da contratação; e exigência de consulta e audiências públicas antes dos contratos.
Após o sucesso da edição de Guaratinguetá da Agenda Regula Brasil, realizada em agosto de 2009, em parceria com a Associação Brasileira das Agências Reguladoras (ABAR) e com a Agência Reguladora Local (Arsaeg), chegou a vez de o Rio de Janeiro sediar o Seminário, que vai reunir o setor de saneamento de todo o País para discutir experiências de municípios que já implantaram suas agências, além dos modelos de agências consorciadas e estaduais, a exemplo do Rio de Janeiro e São Paulo. O evento tem data confirmada para os dias 18 e 19 de outubro de 2010, no Centro de Convenções RB1, no centro do Rio de Janeiro.
Agenda permanente - A busca da universalização dos serviços de saneamento ambiental é uma agenda permanente para quem atua no setor. Para atingir esse objetivo, é necessário melhorar a eficiência dos sistemas no Brasil. “Com todos os impasses que dizem respeito à gestão dos sistemas para diminuir o desperdício de água, redução de perdas, uso racional dos recursos hídricos, melhoria da eficiência energética e redução do impacto ambiental, o papel das agências reguladoras ganha importância única. E sem controle social rígido, não é possível avançar na busca da universalização”, comenta o diretor da Planeja & Informa Comunicação, Carlos Emmiliano Eleutério, um dos responsáveis pela idealização e organização do evento.
Mas afinal, o que é regulação? “Numa economia de mercado, regular significa intervir para equilibrar as relações entre Poder Concedente, Prestador de Serviços e o usuário, ante as atividades naturalmente monopólicas, através de um instrumento autônomo e independente. O monopólio natural das empresas leva o consumidor a uma posição totalmente indefesa. É necessário que o estado intervenha para colocar ordem. E é preciso todo um aparato técnico e legal para que isso ocorra”, explica.
A partir da o ano de 2014, esses instrumentos se tornarão obrigatório e condição básica para que estados e municípios possam ter acesso a recursos públicos para financiar seus projetos de saneamento ambiental. “Desta forma, a Agenda Regula Brasil é um encontro obrigatório para debater a questão na área de regulação e uma oportunidade ímpar para a troca de experiências e debates em torno da melhoria dos serviços e eficiência na gestão dos serviços de saneamento, rumo à universalização”, Acrescenta Carlos Emmiliano o Comitê
Fonte: Portal Fator Brasil
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