quarta-feira, 1 de setembro de 2010

25 milhões de domicílios não têm saneamento adequado, diz IBGE

Assim como foi divulgado na Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, em 20 de agosto, o estudo Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) - Brasil 2010 trouxe dados sobre o acesso da população brasileira ao saneamento básico que preocupam. Apesar do crescimento identificado nos últimos 16 anos, em 2008, cerca de 25 milhões de domicílios do País ainda não estavam adequados para moradia, ou seja, não tinham abastecimento de água por rede geral, esgotamento sanitário por rede coletora ou fossa séptica, coleta de lixo direta ou indireta e até dois moradores por dormitório.

Segundo a pesquisa, em 2008, 57% dos domicílios eram considerados adequados para moradia. Mesmo assim, o estudo mostra um aumento significativo em relação a 1992, quando apenas 36,8% dos domicílios estavam aprovados. Em relação às unidades da federação, os menores percentuais de domicílios adequados estavam em Mato Grosso (21,1%) e no Amapá (22,5%). No Distrito Federal, os domicílios adequados chegavam a 78,6% e, em São Paulo, a 77,3%.

Além do número conjunto, a pesquisa também diferencia os dados de saneamento básico em três categorias separadas, trazendo números referentes a zona urbana e a zona rural.

Abastecimento de água

Quando se trata do abastecimento de água, que é o primeiro ítem, o estudo revela que em 2008, 92,8% da população estava em residências abastecidas por uma rede geral, contra 6,3% abastecidos por poço ou nascente e 0,9% por outro tipo. Na zona rural, esses números se alteram para 31,5% das pessoas abastecidas por uma rede geral, 54,8% por poço ou nascente e 13,7% por outro modo. A região do País que possuia o maior números de pessoas abastecidas por rede geral era o Sudeste, com 96,7%. Já na região Norte, apenas 69,3% da população recebia água encanada em sua casa.

Coleta de esgoto

Dos tipos de esgotamento sanitário apresentados pela pesquisa, em seu segundo item analisado, podem ser considerados como adequados à saúde humana e ao meio ambiente o acesso dos domicílios à rede geral e os servidos por fossa séptica. O estudo revela que essas duas modalidades, em conjunto, vêm experimentando um aumento no período estudado, embora ainda exista uma grande diferença entre as zonas urbana e a rural.

Em 2007, mais de 80% dos moradores em áreas urbanas tinha acesso a rede geral de esgotamento sanitário ou de fossa séptica. Enquanto o percentual de domicílios atendidos por rede coletora tem aumentado continuamente, o percentual dos atendidos por fossa séptica tem se mantido estável, com tendência de queda. Na zona rural, a predominância entre os dois tipos de esgotamento sanitário considerados adequados é da fossa séptica, que tem crescido ao longo do tempo. A rede coletora tem apresentado valores baixos e oscilantes.

Segundo a pesquisa, em 2008, 58,9% da população das cidades tinha acesso à rede coletora de esgoto, 21,6% à fossa séptica, 14,9% à fossa rudimentar, 1,4% à vala, 1,9% apenas ao despejo direto para rio, lago ou mar, 0,1% à outro tipo e 1,2% não tinha nenhum tipo de esgotamento. Quando vamos à população que mora na zona rural, apenas 5,8% da população tinha acesso à rede coletora de esgoto, 18,3% à fossa séptica, 46,3% à fossa rudimentar, 5,3% à vala, 3,0% ao despejo direto para rio, lago ou mar, 0,5 % à outro tipo e 20,8% não tinham acesso a nenhum tipo de esgotamento. As unidades da federação que mais se destacam no acesso à rede coletora de esgoto são São Paulo, com 90,7%, Distrito Federal, com 88,6% e Minas Gerais, com 88,4%. Os Estados com a menor cobertura populacional são o Amapa, com 3,1%, Rondônia, 3,8%, e Piauí, com 4,1%.

Coleta de lixo

Os dados utilizados pela pesquisa sobre a coleta de lixo também referem-se a população residente em domicílios particulares permanentes e a população atendida pelas distintas formas de coleta e destinação final do lixo, nas zonas urbana e rural. A pesquisa mostra que na zona urbana brasileira, em 2008, 97,8% do lixo era coletado, 1,4% era queimado ou enterrado na propriedade, 0,7% era jogado em terreno baldio ou logradouro, e 0,1 % era jogado em rio, lago ou mar. Já na zona rural, 28,8% do lixo era coletado, 59,6% era queimado ou enterrado na propriedade, 11% era jogado em terreno baldio ou logradouro, 0,1% jogado em rio, lago ou mar, e 0,5% tinha outro destino. As unidades federativas que mais se destacaram na coleta de lixo são o Distrito Federal e o Amapá, com 99,8% do lixo coletado.

Fonte: Ultimo Segundo - IG

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