quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Sem saneamento, imóvel encarece

A falta de saneamento está encarecendo em até 18% os valores dos imóveis. O índice, divulgado pela pesquisa `Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento Brasileiro`, tem peso ainda maior para as habitações enquadradas no Programa Federal Minha Casa, Minha Vida, voltado principalmente para a população de baixo poder aquisitivo. Segundo o estudo, realizado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a Fundação Getúlio Vargas - pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), no Brasil 57% da população não tem esgoto tratado e 19% dos brasileiros não conta com serviços de abastecimento.

A pesquisa aponta que o Recife se posiciona no 48º lugar do ranking com 37,3% de acesso a esgoto (100% do esgoto tratado) e 90,6% de acesso à água. Abastecimento de água e tratamento adequado do esgoto são critérios para as construtoras poderem erguer os imóveis do programa federal Minha Casa, Minha Vida - voltado para a população de menor poder aquisitivo. O deficit de saneamento no País está forçando as construtoras a sanear, por conta própria, a área onde os empreendimentos estão sendo construídos. Com isso, quem acaba pagando mais é o comprador do imóvel. Cada estação custa, em média, R$ 500 mil e deve estar instalada em uma área de 400 m².

`Já que as construtoras estão construindo as estações de forma independente, a Ademi e o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-PE) vão propor ao governo pernambucano uma Parceria Público Privada (PPP). Neste caso, as empresas construtoras assumem a obra de saneamento e, ao invés do governo estadual se apropriar dos impostos cobrados pelo serviço de saneamento - que vêm na conta de água -, uma das saídas seria repassar para as empresas como forma de ressarcimento`, declarou Mirinda.

Os custos com as estações de tratamento de esgoto chegam a 7%, em cima do valor de toda a obra de habitação. `Executaremos a obra de saneamento, mas queremos explorar o serviço até pagar os custos que tivemos, já que a Compesa não atende a nossa demanda por falta de recursos`, enfatizou o presidente da Ademi. No País, os investimentos em infraestrutura, segundo a pesquisa, implicam na valorização dos imóveis em até R$ 74 bilhões, valor 49% maior que o custo das obras de saneamento, avaliado em R$ 49,8 bilhões. `Uma parte do valor investido em saneamento retornará aos cofres públicos na forma de impostos - Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto Sobre Transferência de Bens Imóveis (ITBI). Em longo prazo, o acesso à rede de esgoto pode aumentar a arrecadação de IPTU em cerca de R$ 385 milhões ao ano. O crescimento esperado do ITBI seria superior a R$ 80 milhões por ano`, argumentou o presidente do Trata Brasil , André Castro.

Fonte: Folha de Pernambuco

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