sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Saneamento é problema para futuros governantes

Brasília - O saneamento básico está entre os principais desafios que o próximo presidente da República e os futuros governadores terão que enfrentar. No Brasil, só 43,2% da população têm o esgoto coletado e apenas 34,6% dos dejetos recolhidos são tratados. Em relação ao abastecimento por água encanada, o cenário é bem melhor: 81,2% da população têm acesso

Na Região Norte, porém, o cenário volta a ficar ruim: 42,4% das pessoas não têm água tratada saindo da torneira de casa - pelo menos não fornecida pelas companhias de abastecimento.

O Norte do país, aliás, é a que tem os piores índices de saneamento. Só 5,6%% do esgoto é coletado e, desse total, apenas 11,2% passam por tratamento. No Acre, menos de 40% da população têm água tratada em casa. Os dados são do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), e foram informados ao Ministério das Cidades em 2008 - último ano cujas informações foram divulgadas - pelas companhias de abastecimento de água de 4.627 municípios e pelas empresas de coleta de esgoto de 1.468 municípios.

Apesar de não englobar todos os municípios do país, os dados do SNIS sobre água e esgoto se referem a 97,6% e a 76,9% da população respectivamente.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, este mês, dados de 2008 um pouco diferentes. Segundo a pesquisa do instituto, 45,7% das residências do país têm coleta de esgoto. Do total de esgoto coletado, 68,8% são tratados. O IBGE também mostra que 87,2% das casas têm água tratada.

Para o ministro das Cidades, Márcio Fortes, os números do saneamento - tanto do SNIS, quanto do IBGE - mostram uma realidade anterior às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Apesar disso, considera que mesmo esses dados demonstram que a situação tem melhorado e que a quantidade de esgoto coletado é “razoável”. `No caso do esgoto, a coleta é razoável, mas o tratamento é baixo. Mas, se a gente considerar a coleta e o tratamento, a gente supera os 50%`, afirmou em entrevista à Agência Brasil.

Segundo Fortes, as obras do PAC na área de saneamento ainda não estão prontas, mas provocarão mudanças sensíveis em breve. `São obras de grande porte, que levam três anos e meio, em média, para ficarem prontas - o PAC ainda não tem quatro anos. Quando uma usina de tratamento de esgoto fica pronta, em uma cidade que tinha 2% do esgoto tratado, por exemplo, esse número salta para 90%`, explicou.

O ministro admite, contudo, que a situação do saneamento no Brasil reflete décadas de descaso com os pobres e o desinteresse pelo crescimento ordenado das cidades.

Fonte: Portal Exame

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