quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Tratamento correto do lixo é responsabilidade da prefeitura


Cuidar do lixo é obrigação de todos: o cidadão tem que colaborar e a prefeitura deve fazer o seu papel. Manter as ruas e os canais limpos, recolher o lixo domiciliar, promover a coleta seletiva e destinar o lixo orgânico com restos de alimento para um aterro sanitário são algumas responsabilidades da gestão municipal. Porém, a falta de um local adequado para receber o lixo é um dos problemas mais graves. Segundo o IBGE, 95% dos municípios paraenses despejam os resíduos em lixões, onde não há nenhum tipo de tratamento para evitar a poluição ambiental.

“Você tem lixo entrando em decomposição, você tem chorume, você tem gases, e isso se torna um ambiente extremamente nocivo e poluidor para o solo, para a água subterrânea, para os rios próximos e também para a atmosfera”, explica o engenheiro sanitarista Leonardo Neves.
Uma lei federal determina que até 2014 todos os municípios brasileiros devem acabar com os lixões. Para atingir essa meta, a União só pode liberar recursos para as prefeituras que apresentarem plano de gestão de resíduos sólidos, ou seja, soluções para o tratamento do lixo de forma sustentável. O Ministério do Meio Ambiente já aprovou financiamentos para que 300 municípios do país comecem a elaborar esses planos. Mas, segundo o Ministério, até agora, nenhuma cidade paraense se interessou pelo projeto.
Para Neves, a falta de gerenciamento faz com que a população tenha uma coleta ineficiente, uma ausência de tratamento e consequentemente, uma disposição final do resíduo de maneira inapropriada. ”O panorama é bem feio, e nós precisamos correr atrás do prejuízo para tentar mudar um pouco essa situação tão alarmante dos municípios do Pará”, comenta.
Segundo especialistas, nenhuma cidade do Pará faz coleta seletiva do lixo de forma regular. “O município tem a obrigação de operacionalizar isso e fazer com que aconteça de fato a coleta seletiva. E hoje, se nós tivéssemos a coleta implantada na maioria dos municípios, teríamos 60% menos lixo indo para os lixões”, afirma Patrícia Gonçalves, coordenadora da Organização Não-Governamental “No Olhar”.
No Pará existem 300 cooperativas de catadores, que por conta própria recolhem material reciclável nas portas das casas e nas empresas. De acordo com Jonas da Silva, que coordena um grupo de 30 catadores, as prefeituras não investem em um setor que poderia gerar milhares de empregos, além de outras vantagens. “Tendo coleta seletiva você está economizando os recursos do município que você mora, além de limpar a cidade, evitando que os esgotos transbordem na hora das chuvas”, relata.
Iranilda Góes, coordenadora de uma escola, é adepta da reciclagem, uma prática que deveria ser estimulada pela gestão municipal. “Embalagens que servem para reciclar, eu trago e coloco nos contêineres. O ambiente seria muito melhor se todo mundo agisse assim. O ambiente seria mais limpo e mais saudável”, destaca a coordenadora.
Fonte: G1

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