“Milhões de pessoas morrem todos os anos por beber água poluída”, afirmou Loïc Fauchon, presidente do World Water Council Board of Governors. Segundo ele, a água está diretamente ligada à segurança da saúde. “A segurança hídrica é fundamental para a sobrevivência do ser humano”.
A discussão fez parte do debate que teve como tema “Água”, durante os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável, evento paralelo da Rio+20, primeira iniciativa desse tipo na história da conferência, em que a sociedade civil foi convidada a refletir sobre questões e formular recomendações que serão entregues aos Chefes de Estado.
Por ser um bem público, a água precisa de governança. Jeff Seabright, vice-presidente do Environment and Water Resources da Coca-Cola, afirmou que o uso e custo dos recursos hídricos devem ser definidos em políticas locais. Nos Estados Unidos, por exemplo, o consumo per capita de água já chega a 540 litros, enquanto no Brasil a média é de 150 litros. “Há um uso excessivo da água”, alerta a indiana Santha Nair. “Estamos falando de uma economia vermelha, que sangra nossos rios e florestas”. Somente o setor agrícola utiliza 70% da água potável disponível.
Para o brasileiro Benedito Braga, presidente da International Water Resources Association (IWRA), o setor de água necessita de uma regulamentação mais rígida. “Precisamos também de uma estrutura hídrica mais resiliente”, diz.
Assim como foram criadas novas tecnologias na agricultura para aumentar a produção de alimentos, Braga acredita que pesquisas e investimentos podem garantir à preservação e o uso inteligente dos recursos hídricos. Iniciativas sustentáveis, como a reciclagem de produtos e a reutilização da água, inclusive para o consumo, foram apontadas como ferramentas e caminhos a serem seguidos.
Fonte: Exame.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário